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FEBRUARY 2025 | PT

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Editorial

Editorial

À medida que o inverno cede relutantemente o lugar à primavera, o CESE acolhe o mês de março com um conjunto de eventos dinâmicos, pondo em destaque as vozes dos jovens e da sociedade civil.

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À medida que o inverno cede relutantemente o lugar à primavera, o CESE acolhe o mês de março com um conjunto de eventos dinâmicos, pondo em destaque as vozes dos jovens e da sociedade civil.

O primeiro ato será a 16.ª edição do evento «A tua Europa, a tua voz». Em 13 e 14 de março de 2025, o evento «A tua Europa, a tua voz», amplamente conhecido, reunirá quase 100 jovens participantes de organizações de juventude, conselhos nacionais de juventude e escolas secundárias, bem como 37 professores, provenientes dos Estados-Membros da UE, dos países candidatos e do Reino Unido. Todos viverão em conjunto uma experiência singular, unindo as suas vozes para moldar a Europa em que querem viver.

As suas recomendações poderão contribuir para a segunda edição da Semana da Sociedade Civil do CESE – que terá lugar apenas alguns dias mais tarde – servindo de base para os debates centrados na juventude, e ser partilhadas com representantes de alto nível das instituições europeias.

Após a sua estreia promissora em 2024, a Semana da Sociedade Civil terá lugar novamente este ano, de 17 a 21 de março, e centrar-se-á no reforço da coesão e da participação nas sociedades polarizadas. A instabilidade social, as recessões económicas e o descontentamento generalizado, em particular entre as pessoas que se sentem ignoradas e deixadas para trás, acentuaram ainda mais as clivagens sociais.

Para dar resposta a estas preocupações prementes, a edição de 2025 da Semana da Sociedade Civil reunirá um leque diversificado de partes interessadas da sociedade civil da Europa e não só, proporcionando uma plataforma única para participar em debates fundamentais, partilhar boas práticas e colaborar no desenvolvimento de soluções que promovam a coesão social e reforcem a participação democrática.

Este ano, a agenda reunirá três grandes iniciativas: as organizações e redes europeias da sociedade civil (painéis do Grupo de Ligação do CESE), que debaterão a forma como uma estratégia europeia para a sociedade civil poderia promover uma maior coesão; o Dia da Iniciativa de Cidadania Europeia; e a cerimónia de entrega do Prémio para a Sociedade Civil. O tema da 15.ª edição do Prémio para a Sociedade Civil, que recompensa a excelência em iniciativas da sociedade civil, é o combate à polarização nociva da sociedade europeia. As organizações da sociedade civil vencedoras são a «Diversité» [Diversidade], a «Reporters d’Espoirs» [Repórteres da Esperança] e a «Slovenská debatná asociácia» [Associação de Debate Eslovaca], provenientes respetivamente da Bélgica, de França e da Eslováquia. A classificação será anunciada durante a cerimónia!

A nossa Semana da Sociedade Civil funciona como uma plataforma oportuna, instando as organizações da sociedade civil organizada e os cidadãos a expressarem os seus pontos de vista sobre questões fundamentais, desde os desafios crescentes das alterações climáticas, o aumento do custo de vida e o agravamento das disparidades de rendimentos até aos resultados das eleições de 2024 em todo o mundo, que criaram um terreno fértil para uma polarização generalizada.

Convido-vos a participar neste intercâmbio substantivo, juntando-se aos nossos debates e aproveitando a oportunidade para converter o diálogo em mudança. As nossas vozes são importantes e podem ser ouvidas, desde que nos unamos, sejamos proativos e estejamos prontos para contribuir para uma Europa mais coesa e participativa. As inscrições estão agora abertas. Não perca esta oportunidade!

Aurel Laurențiu Plosceanu

Vice-presidente responsável pela Comunicação 

Agenda

13 e 14 de março de 2025

A tua Europa, a tua voz 2025

17 a 20 de março de 2025

Semana da Sociedade Civil 2025

18 de março de 2025

Dia da Iniciativa de Cidadania Europeia 2025

26 e 27 de março de 2025

Reunião plenária do CESE

Direto ao assunto

Na perspetiva do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, e da 69.ª reunião da Comissão sobre o Estatuto da Mulher – o principal organismo mundial para a promoção dos direitos das mulheres – Maria Nikolopoulou, membro do CESE e relatora do Parecer – Contributo do CESE para as prioridades da UE no âmbito da 69.ª reunião da Comissão das Nações Unidas sobre o Estatuto da Mulher, escreve sobre os progressos da UE em matéria de igualdade de género. Embora se tenham registado muitas melhorias, as mulheres estão ainda longe de ter os mesmos direitos que os homens. Persistem muitas lacunas a colmatar e são necessárias muitas mais conquistas neste domínio.

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Na perspetiva do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, e da 69.ª reunião da Comissão sobre o Estatuto da Mulher – o principal organismo mundial para a promoção dos direitos das mulheres – Maria Nikolopoulou, membro do CESE e relatora do Parecer – Contributo do CESE para as prioridades da UE no âmbito da 69.ª reunião da Comissão das Nações Unidas sobre o Estatuto da Mulher, escreve sobre os progressos da UE em matéria de igualdade de género. Embora se tenham registado muitas melhorias, as mulheres estão ainda longe de ter os mesmos direitos que os homens. Persistem muitas lacunas a colmatar e são necessárias muitas mais conquistas neste domínio.

Igualdade de género: há muitos progressos na Europa mas são precisos ainda mais esforços

Por Maria Nikolopoulou

Poucos dias antes de celebrarmos o Dia Internacional da Mulher, e na perspetiva da 69.ª sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, que terá lugar em Nova Iorque, este é um momento oportuno para refletir sobre as realizações em matéria de igualdade de género e avaliá-las. É também um bom momento para olhar para o futuro e continuar a preparar o caminho a seguir.

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Por Maria Nikolopoulou

Poucos dias antes de celebrarmos o Dia Internacional da Mulher, e na perspetiva da 69.ª sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, que terá lugar em Nova Iorque, este é um momento oportuno para refletir sobre as realizações em matéria de igualdade de género e avaliá-las. É também um bom momento para olhar para o futuro e continuar a preparar o caminho a seguir.

No que diz respeito ao quadro legislativo, observam-se melhorias: há mais mulheres ativas no mercado de trabalho, que auferem melhores rendimentos, atingem níveis de educação mais elevados, têm uma maior representação política e ocupam mais cargos de responsabilidade. No entanto, os progressos têm sido lentos e desiguais entre os Estados-Membros.

Enquanto as desigualdades estruturais, os estereótipos de género e os retrocessos nos direitos das mulheres persistirem, as mulheres continuarão a estar sub-representadas na esfera pública, na política e na formação em ciência, tecnologia, engenharia e matemática, serão expostas à violência em linha e fora de linha e não terão acesso a recursos e capital para o empreendedorismo. Serão também mais afetadas pela pobreza de tempo e monetária e as disparidades salariais e nas pensões demorarão demasiados anos a ser corrigidas.

Para avançar é necessário formação, financiamento e empenho. Precisamos de recursos para reforçar as competências das mulheres para uma transição digital e ecológica justa, para financiar planos de ação nacionais de combate à violência contra as mulheres e para ministrar formação a todo o pessoal que trabalha com sobreviventes de violência.

Temos de financiar projetos empresariais e criar serviços de acolhimento de crianças e idosos acessíveis, de elevada qualidade e a preços comportáveis, para que não sejam as mulheres a arcar com a responsabilidade da prestação de cuidados não remunerados. Além disso, devemos empenhar-nos na criação de espaços seguros, aumentar a participação das mulheres nos parlamentos locais, nacionais e da UE, e assegurando também a sua participação ativa na resolução não violenta de conflitos e em processos de consolidação da paz, promovendo, no âmbito destes esforços, abordagens inclusivas em termos de género.

Por outro lado, a existência de uma estratégia europeia abrangente para a Agenda 2030 ajudar-nos-ia a avançar muito mais rapidamente para tornar a igualdade de género um elemento fundamental das nossas políticas. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável devem ser abordados como um todo, e não individualmente.

Na UE, os progressos são «bons». Mas tal não é suficiente para os homens, as mulheres e as raparigas na UE que lutam por uma igualdade de género efetiva nos próximos anos. O nosso papel enquanto sociedade civil é intensificar a pressão sobre os decisores políticos para que assegurem progressos rápidos.

Uma pergunta a...

Os relatórios de Mario Draghi e Enrico Letta de 2024 foram uma pedrada no charco na UE e nos seus Estados-Membros, tornando-se roteiros que apontam o rumo a seguir para a Europa assegurar um futuro viável. No seu Parecer – Avaliação dos relatórios de Enrico Letta e Mario Draghi sobre o funcionamento e a competitividade do mercado único da UE, o CESE apresenta a perspetiva da sociedade civil e recomenda medidas urgentes. Convidámos os três relatores do parecer, Matteo Carlo Borsani, Giuseppe Guerini e Stefano Palmieri, a destacar as propostas dos relatórios que consideram particularmente importantes para assegurar um futuro próspero para a Europa.

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Os relatórios de Mario Draghi e Enrico Letta de 2024 foram uma pedrada no charco na UE e nos seus Estados-Membros, tornando-se roteiros que apontam o rumo a seguir para a Europa assegurar um futuro viável. No seu Parecer – Avaliação dos relatórios de Enrico Letta e Mario Draghi sobre o funcionamento e a competitividade do mercado único da UE, o CESE apresenta a perspetiva da sociedade civil e recomenda medidas urgentes. Convidámos os três relatores do parecer, Matteo Carlo Borsani, Giuseppe Guerini e Stefano Palmieri, a destacar as propostas dos relatórios que consideram particularmente importantes para assegurar um futuro próspero para a Europa.

Relatórios Letta e Draghi: não podemos escolher apenas o que nos agrada

Por Matteo Carlo Borsani
do Grupo dos Empregadores do CESE

A recomendação principal do CESE, no seu parecer, é a adoção urgente de medidas para aplicar as propostas dos Relatórios Letta e Draghi. Na minha opinião, tal deve ser feito de forma abrangente, pois não podemos escolher dos dois relatórios apenas o que nos agrada. Ambos devem ser aplicados na íntegra, sem limitar as propostas e o foco às zonas de conforto, e sem evitar as questões mais importantes e fraturantes, como os investimentos. 

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Por Matteo Carlo Borsani
do Grupo dos Empregadores do CESE

A recomendação principal do CESE, no seu parecer, é a adoção urgente de medidas para aplicar as propostas dos relatórios Letta e Draghi. Na minha opinião, tal deve ser feito de forma abrangente, pois não podemos escolher dos dois relatórios apenas o que nos agrada. Ambos devem ser aplicados na íntegra, sem limitar as propostas e o foco às zonas de conforto, e sem evitar as questões mais importantes e fraturantes, como os investimentos. 

No tocante ao Relatório Draghi, e dada a importância óbvia da sua tónica na competitividade da UE no seu conjunto, as suas propostas para a política industrial da UE são para mim fundamentais. Em particular, a sua insistência na necessidade de adotar uma política industrial que possa ultrapassar a atual abordagem fragmentada. Neste momento, temos vinte e sete políticas industriais nacionais que nem sempre são coordenadas. Assim, só esforços concertados em toda a União Europeia permitirão assegurar o equilíbrio adequado entre medidas fiscais, regulamentares, comerciais ou aduaneiras e incentivos financeiros característico das mais recentes políticas industriais dos EUA e da China, com grandes benefícios para o mercado único.

No entanto, tal deve ser acompanhado de uma redução drástica dos encargos burocráticos para as empresas, e, nesse sentido, congratulo-me em especial com o apelo de Enrico Letta em favor de um mercado único que avance rapidamente e vá mais longe. Entre as suas propostas principais, Enrico Letta defende a racionalização dos encargos burocráticos, a simplificação dos requisitos administrativos e outras medidas para reduzir a burocracia, especialmente para as pequenas e médias empresas (PME). Neste contexto, no seu parecer, o CESE congratula-se com a proposta da Comissão de reduzir em 25% os encargos com a comunicação de informações para todas as empresas e de estabelecer um objetivo de, pelo menos, 50% para as PME. Além disso, partindo da proposta de Enrico Letta de ponderar a criação de um mecanismo que ajude os colegisladores a realizar uma avaliação de impacto dinâmica, o CESE apoia firmemente a ideia de um controlo da competitividade a realizar durante o processo legislativo.

Temos de agir rapidamente, mas sem comprometer a qualidade

Por Giuseppe Guerini
Grupo das Organizações da Sociedade Civil do CESE

No ano passado, a Comissão Europeia e o Conselho Europeu encarregaram Mario Draghi da elaboração de um relatório sobre a competitividade da UE e Enrico Letta da elaboração de outro relatório sobre a melhoria do mercado único. Esses relatórios estabelecem um programa político ambicioso para a União Europeia e servem de roteiro e de referência para aferir o empenho das instituições e dos decisores políticos na definição do futuro da UE e a sua capacidade para o fazer.

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Por Giuseppe Guerini
Grupo das Organizações da Sociedade Civil do CESE

No ano passado, a Comissão Europeia e o Conselho Europeu encarregaram Mario Draghi da elaboração de um relatório sobre a competitividade da UE e Enrico Letta da elaboração de outro relatório sobre a melhoria do mercado único. Esses relatórios estabelecem um programa político ambicioso para a União Europeia e servem de roteiro e de referência para aferir o empenho das instituições e dos decisores políticos na definição do futuro da UE e a sua capacidade para o fazer.

Os relatórios podem ser usados para medir a eficácia da resposta das instituições e dos dirigentes aos desafios complexos do presente.

O parecer do CESE sobre os relatórios constitui um instrumento precioso para avaliar as etapas iniciais deste novo ciclo político, sendo que a primeira dessas etapas está consubstanciada na Bússola para a Competitividade, lançada pela Comissão Europeia em 29 de janeiro. Nesse documento, a Comissão apresenta várias propostas de alta prioridade – também destacadas no nosso parecer –, como a necessidade de colmatar o défice de competitividade, concluir o mercado único, simplificar a regulamentação sem desregulamentar e reconhecer que a competitividade depende das pessoas e de competências.

Não obstante, além do défice de competitividade, é também problemática a inexistência de medidas concretas. Até à data, a Comissão apresentou documentos estratégicos, comunicações e compromissos, mas não se vislumbram medidas tangíveis no futuro próximo. Este atraso sublinha a necessidade, tal como referido no nosso parecer, de as instituições europeias e os Estados-Membros iniciarem um debate sobre as regras fundamentais da UE e a pertinência dos Tratados em vigor para enfrentar os desafios atuais, que exigem uma ação célere.

No entanto, uma ação rápida não significa comprometer a qualidade. A Comissão Europeia demonstrou este facto em 2020, quando executou rapidamente o Instrumento de Recuperação da União Europeia (NextGenerationEU). Hoje deve mostrar a mesma agilidade.

A consecução dos objetivos referidos exige uma abordagem multifacetada. A conclusão rápida do mercado único é crucial, mas deve ir de par com um forte empenho na sustentabilidade ambiental, na prosperidade económica e na coesão social e territorial, já que são os motores fundamentais da competitividade.

Esta visão exige igualmente uma política industrial coesa que ultrapasse as abordagens nacionais fragmentadas e beneficie do apoio de incentivos fiscais e aduaneiros estratégicos. Ao mesmo tempo, é essencial reduzir os encargos burocráticos e os custos de conformidade através de uma regulamentação mais inteligente e de processos administrativos simplificados, a fim de promover um ambiente empresarial mais dinâmico.

No setor da energia, é fundamental reduzir as disparidades de preços entre os Estados-Membros e as outras economias mundiais. Para tal, será necessário aumentar o investimento nas energias renováveis, assegurando um mercado da energia mais competitivo e sustentável.

Para escorar essas ambições, a UE tem também de desenvolver uma política comum em matéria de bens públicos europeus, definindo claramente as suas prioridades estratégicas e reforçando a sua posição na cena mundial.

O CESE continuará a acompanhar a aplicação destas políticas, assegurando que a voz da sociedade civil europeia é ouvida e tida em conta.

Comparar a regulamentação da UE com a dos EUA ou da China é essencialmente um erro

Por Stefano Palmieri
Grupo dos Trabalhadores do CESE

Os relatórios de Enrico Letta e Mario Draghi sobrepõem-se consideravelmente, apesar de diferirem bastante na sua análise e nas estratégias propostas.

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Por Stefano Palmieri
Grupo dos Trabalhadores do CESE

Os relatórios de Enrico Letta e Mario Draghi sobrepõem-se consideravelmente, apesar de diferirem bastante na sua análise e nas estratégias propostas.

Veja-se, por exemplo, a política de coesão. Desempenha um papel central no Relatório Letta, segundo o qual a política de coesão assegura que os benefícios do mercado único são partilhados entre todos os cidadãos e regiões da União. O relatório destaca igualmente a ligação entre a política de coesão e os serviços de interesse geral, que são essenciais por permitirem aos europeus viver e trabalhar no local da sua escolha. Em contrapartida, o Relatório Draghi parece negligenciar a importância da política de coesão e as dimensões social e territorial da competitividade. Aborda a competitividade europeia sem ter em conta as disparidades territoriais, subentendendo-se que o simples reforço da competitividade global da UE resolveria as questões regionais. Ignora que, para muitas regiões, a baixa competitividade e as desvantagens territoriais são duas faces da mesma moeda.

Ambos os relatórios reconhecem que manter a situação como está já não é opção para a União Europeia. A urgência e a complexidade das crises atuais exigem uma viragem significativa na elaboração das políticas europeias, possivelmente mesmo através de alterações aos Tratados. Podemos realmente debater o alargamento sem abordar a necessidade de uma integração política mais profunda? Essa viragem deve implicar também uma mudança de escala. O atual quadro financeiro plurianual (QFP) é insuficiente, alicerçado em pouco mais de 1% do RNB da UE e limitado pela lógica obsoleta da «contrapartida justa». É necessária uma nova abordagem, inspirada no modelo do NextGenerationEU. Desafios extraordinários enfrentam-se com soluções audazes, incluindo a emissão de «ativos seguros comuns», como se verificou durante a pandemia.

O próximo QFP 2028-2034 será um teste às verdadeiras intenções da UE, uma vez que estabelece as prioridades para esses sete anos. Neste contexto, é razoável que se espere um debate aberto sobre os desafios que a UE enfrenta, tendo em conta as múltiplas crises em curso, bem como sobre os seus principais objetivos e os bens europeus comuns que visa proporcionar aos seus cidadãos.

Ao ponderar reformas regulamentares, como recomendado nos dois relatórios, é importante recordar que a UE é a «economia social de mercado» mais avançada do mundo. As suas elevadas normas económicas, sociais e ambientais não constituem um obstáculo a este modelo e, pelo contrário, são essenciais para o seu êxito. Por conseguinte, comparar a regulamentação da UE com a dos EUA ou da China é essencialmente um erro. Qualquer esforço para simplificar as regras da UE deve assegurar que se salvaguardam as condições de trabalho, a segurança dos trabalhadores, os direitos dos consumidores, a coesão social e económica e o crescimento sustentável.

A Europa compreendeu, ainda que tardiamente, que já não basta ser um grande mercado. Para progredir, deve ambicionar maior unidade, incluindo uma integração política mais profunda e políticas verdadeiramente uniformes nos domínios da economia, da indústria, do comércio, dos negócios estrangeiros e da defesa. Os próximos meses serão decisivos para moldar o futuro da Europa.

O convidado surpresa

A competitividade parece ser o tema da atualidade e a desregulamentação a receita mágica para colocar a Europa no mapa dos grandes intervenientes da economia mundial. Mas existem muitas formas de medir a competitividade e não há uma forma consensual de definir o que é regulamentação «excessiva». Se não forem geridos com cautela, os debates sobre a competitividade e a desregulamentação podem degenerar em argumentos demasiado simplistas e maniqueístas, suscetíveis de comprometer uma elaboração de políticas sólida, escreve o nosso convidado surpresa, Karel Lannoo, diretor executivo do Centro de Estudos de Política Europeia (CEPE).

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A competitividade parece ser o tema da atualidade e a desregulamentação a receita mágica para colocar a Europa no mapa dos grandes intervenientes da economia mundial. Mas existem muitas formas de medir a competitividade e não há uma forma consensual de definir o que é regulamentação «excessiva». Se não forem geridos com cautela, os debates sobre a competitividade e a desregulamentação podem degenerar em argumentos demasiado simplistas e maniqueístas, suscetíveis de comprometer uma elaboração de políticas sólida, escreve o nosso convidado surpresa, Karel Lannoo, diretor executivo do Centro de Estudos de Política Europeia (CEPE).

Karel Lannoo é o diretor executivo do CEPE, um dos principais grupos de reflexão independentes da Europa. Entre os seus trabalhos mais recentes, centrados na regulamentação financeira, na governação económica europeia e nas questões do mercado único, figuram o livro «Europa begrijpen» [Compreender a Europa], um relatório do grupo de trabalho sobre a política do setor financeiro para a Comissão von der Leyen II e vários contributos e trabalhos de revisão para publicações académicas. Karel é um interveniente frequente em audições de instituições da UE, nacionais e internacionais, bem como orador em conferências internacionais e programas de formação de quadros. Dirige estudos para governos nacionais, organizações multilaterais e entidades do setor privado e colabora frequentemente com vários meios de comunicação social. Além disso, faz parte dos conselhos de administração de várias empresas e fundações e é membro de conselhos consultivos, incluindo a Comissão dos Mercados de Capitais da AFM, a autoridade de supervisão dos mercados de capitais dos Países Baixos.

A obsessão com a competitividade

Por Karel Lannoo

Hoje em dia, tende-se a dizer que a Europa não é competitiva e a exigir uma vasta desregulamentação a nível da União Europeia (UE). Mas a gravidade da situação económica depende da definição de competitividade, do denominador utilizado e do valor de referência, bem como das circunstâncias.

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Por Karel Lannoo

Hoje em dia, tende-se a dizer que a Europa não é competitiva e a exigir uma vasta desregulamentação a nível da União Europeia (UE). Mas a gravidade da situação económica depende da definição de competitividade, do denominador utilizado e do valor de referência, bem como das circunstâncias.

Além disso, a competitividade é equiparada a desregulamentação (o que não está correto), como se a solução fosse uma campanha de simplificação maciça. Por conseguinte, parâmetros adequados são importantes para controlar o discurso, que, de outro modo, poderia descontrolar-se e derrapar para o campo eurocético.

A competitividade enquanto objetivo político ressurgiu, apesar de nunca ter desaparecido. É importante recordar estes precedentes. Com o Tratado de Lisboa, adotado no Conselho Europeu de Lisboa em março de 2000, a UE pretendia tornar-se «a economia baseada no conhecimento mais dinâmica e competitiva do mundo, gerando um crescimento económico sustentável com mais e melhor emprego e maior coesão social». Já com Jacques Delors, a competitividade era uma preocupação para a Comissão Europeia – basta ler o famoso artigo de Paul Krugman, de 1994, que lhe chamou uma «obsessão perigosa». Na altura, Jacques Delors manifestou-se preocupado com o aumento do desemprego na Europa, no contexto da concorrência dos EUA e do Japão, e propôs, como solução, um programa de investimento em infraestruturas e em alta tecnologia. Este discurso não é novo.

A simplificação legislativa está também há muito na ordem do dia. Os exercícios de Simplificação da Legislação do Mercado Interno (SLIM) tiveram início em 1996, altura em que a UE tinha 15 Estados-Membros. O comissário Charles McCreevy (2004-2009) manifestou-se a favor de «pausas» regulamentares em 2005-2006, até à eclosão da crise financeira. Durante a Comissão Juncker, o vice-presidente Frans Timmermans foi incumbido do Programa Legislar Melhor. Embora todos estes planos fossem louváveis, teria sido preferível abordar as causas profundas da complexidade regulamentar, nomeadamente o processo de decisão e a execução deficiente, em vez de simplesmente tratar os sintomas. Mas, com 27 Estados-Membros, na prática não é fácil.

A competitividade, pelo menos tal como definida no Relatório Draghi, tem mais a ver com o crescimento da produtividade e do PIB, o que pode dar resultados muito diferentes consoante o denominador. Mas existem também outras formas de medir a competitividade. Poder-se-ia analisar a competitividade interna e externa. A nível interno, a UE parece fraca, com uma diminuição da produtividade em comparação com os EUA. No entanto, a nível externo, a UE tem um excedente da balança comercial e da balança corrente, ao passo que os EUA enfrentam um défice enorme da balança comercial e da balança corrente – embora tal não pareça ser um problema (exceto para o presidente Donald Trump).

A UE tem também uma posição orçamental muito melhor do que a dos EUA ou mesmo do Japão, apesar de não dispormos de dados precisos para uma comparação exata com a China. O défice orçamental da UE foi de cerca de 3,5% do PIB em 2024, ao passo que o dos EUA foi quase o dobro (6,4%). Os EUA podem financiá-lo nos mercados internacionais devido à posição mundial do dólar, embora as taxas de juro a médio prazo na UE e nos EUA sejam divergentes, o que revela preocupações do mercado quanto à economia norte-americana. Atualmente, a taxa de juro ativa do mercado a seis meses para o dólar americano é de 4,8%, enquanto na área do euro é de 2,5% (Euribor).

Além disso, os preços da energia na UE têm sido muito mais elevados do que nos EUA desde meados de 2021, quando Vladimir Putin começou a manipular os preços, o que constitui um problema de competitividade para a indústria transformadora e, em particular, para a Alemanha. Neste momento, o custo da energia na UE é, pelo menos, 50% superior ao dos EUA.

A política energética é outro bom exemplo para o debate regulamentar: residirá o problema na regulamentação excessiva? Por outro lado, a UE dispõe de um mercado único da energia para a distribuição, mas não para a produção, que continua sob o controlo dos Estados-Membros, o que cria problemas nos países com produção excedentária, uma vez que aumenta os preços devido à escassez de energia noutros países, como é o caso entre a Suécia e a Alemanha.

Além disso, no setor digital, cabe analisar se seria preferível não haver regulamentação. Queremos uma liberdade de expressão ao estilo dos EUA e a ausência de moderação de conteúdos? Queremos um mercado oligopolista como temos hoje?

Esta breve reflexão salienta que qualquer debate sobre a competitividade e a desregulamentação deve ser abordado com a máxima cautela, a fim de evitar que se transforme num debate maniqueísta, o que poderá ter um impacto negativo na elaboração de políticas económicas sólidas.

Notícias do CESE

CESE defende IA favorável aos trabalhadores em debate de alto nível

Num momento em que a inteligência artificial (IA) transforma o mundo do trabalho, é fundamental continuar a promover uma IA centrada no ser humano e a defender políticas que conciliem o forte desenvolvimento da IA na Europa com a justiça social e os direitos dos trabalhadores, foi esta a conclusão do debate de alto nível realizado no CESE.

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Num momento em que a inteligência artificial (IA) transforma o mundo do trabalho, é fundamental continuar a promover uma IA centrada no ser humano e a defender políticas que conciliem o forte desenvolvimento da IA na Europa com a justiça social e os direitos dos trabalhadores, foi esta a conclusão do debate de alto nível realizado no CESE.

Na reunião plenária de janeiro, o CESE realizou um debate sobre a implantação da inteligência artificial no local de trabalho, com intervenções de Oliver Röpke, presidente do CESE, Roxana Mînzatu, vice-presidente executiva da Comissão Europeia, e Katarzyna Nowakowska, ministra-adjunta da Família, do Trabalho e da Política Social da Polónia, entre outros.

No discurso de abertura, Oliver Röpke declarou: «A inteligência artificial é uma das tendências mais transformadoras do nosso tempo, que oferece um enorme potencial e coloca simultaneamente desafios críticos. O debate de hoje reafirma a importância de ancorar a política em matéria de IA nos princípios do Pilar Europeu dos Direitos Sociais.»

Roxana Mînzatu salientou: «No âmbito da reflexão sobre a IA, em especial no local de trabalho, devemos analisar formas de impulsionar o nosso investimento na investigação e na inovação e de simplificar as modalidades de desenvolvimento das empresas europeias neste domínio, para que as nossas próprias tecnologias sejam treinadas com dados europeus e se baseiem em valores europeus. Se respeitarmos os nossos valores em matéria de direitos sociais e igualdade, garantimos que os trabalhadores europeus têm os mesmos direitos num mundo com ou sem IA, que são protegidos e que é aplicado um controlo centrado no ser humano.»

Katarzyna Nowakowska afirmou que a inteligência artificial no mundo do trabalho oferece enormes oportunidades para aumentar a produtividade e a competitividade das empresas, mas também levanta várias questões associadas ao seu potencial impacto nos postos de trabalho e no emprego, na saúde e segurança dos trabalhadores, nas condições de trabalho, na qualidade global do emprego e no papel do diálogo social.

Adoção do Parecer – Uma inteligência artificial favorável aos trabalhadores e contraparecer anexo

No seguimento do debate em plenária, o CESE adotou o Parecer de Iniciativa – Uma inteligência artificial favorável aos trabalhadores: alavancas para aproveitar o potencial e atenuar os riscos da IA no contexto das políticas de emprego e do mercado de trabalho, elaborado pela relatora Franca Salis-Madinier. O parecer foi adotado com 142 votos a favor, 103 votos contra e 14 abstenções. Não recebeu o apoio do Grupo dos Empregadores do CESE, que apresentou um contraparecer.

No parecer, o CESE salienta que o diálogo social e a participação dos trabalhadores são essenciais para preservar os direitos fundamentais dos trabalhadores e promover uma IA «de confiança» no mundo do trabalho. Acrescenta que as regras atuais devem colmatar as lacunas em matéria de proteção dos direitos dos trabalhadores no trabalho e garantir que os seres humanos permanecem no controlo em todas as interações homem-máquina.

O contraparecer do Grupo dos Empregadores foi anexado ao parecer. Os membros do grupo explicaram que, na sua opinião, a UE já dispõe dos instrumentos necessários para aderir à revolução da IA e que o quadro jurídico existente assegura a implantação harmoniosa desta tecnologia. (lm)

Os jovens são fundamentais para a parceria UE-Mediterrâneo

Os jovens da região mediterrânica devem participar em todas as fases, desde a elaboração de políticas até à sua execução, moldando não só as políticas, mas também a vida, concluiu o debate realizado pelo Comité Económico e Social Europeu (CESE).

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Os jovens da região mediterrânica devem participar em todas as fases, desde a elaboração de políticas até à sua execução, moldando não só as políticas, mas também a vida, concluiu o debate realizado pelo Comité Económico e Social Europeu (CESE).

O debate, que teve lugar na reunião plenária do CESE, em janeiro, esteve relacionado com a adoção do Parecer – Participação dos jovens no diálogo social e civil na região mediterrânica, o primeiro parecer do CESE a ter em conta o contributo dos representantes dos jovens da região. Oito representantes dos jovens contribuíram para a elaboração do parecer.

Durante o debate, a comissária do Mediterrâneo, Dubravka Šuica, salientou a importância dos jovens para a prosperidade, a estabilidade e a resiliência da região. «O futuro do Mediterrâneo está nas mãos dos seus jovens. Se queremos um futuro partilhado e sustentável, temos de dialogar diretamente com as gerações jovens e assegurar que as suas vozes orientam as nossas políticas e prioridades. Juntos definiremos o novo Pacto para o Mediterrâneo, investindo na educação, no emprego e no crescimento.»

O presidente do CESE, Oliver Röpke, manifestou o seu apoio ao novo pacto proposto pela comissária Dubravka Šuica, que visa o investimento, a sustentabilidade e a migração, acrescentando que a sociedade civil deve participar ativamente na sua conceção. «A participação dos jovens é essencial para o futuro da região, e o CESE está empenhado em assegurar que as suas vozes moldam as políticas e a tomada de decisões. Juntamente com a União para o Mediterrâneo e a Fundação Anna Lindh, procuramos construir um Mediterrâneo pacífico e próspero.»

A princesa Rym Ali, presidente da Fundação Anna Lindh, sublinhou a importância do contributo dos representantes dos jovens para o parecer e declarou que é importante, urgente e generativo trabalhar com eles. «Há muito em jogo. Não conseguimos construir uma solução para o futuro sem a adesão dos jovens, sem lhes oferecer ferramentas para uma participação em pé de igualdade. Eles precisam do seu lugar à volta da mesa», afirmou.

Eliane El Haber, representante dos jovens no parecer e conselheira na Rede de Jovens e Estudantes da UNESCO para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável n.º 4, aplaudiu a iniciativa do CESE de envolver ativamente jovens que representam géneros diferentes e diversos contextos regionais, educativos e culturais.

CESE e OIT organizam conferência conjunta para explorar potencialidades da IA para um futuro justo e inclusivo

A inteligência artificial (IA) está a transformar o mundo do trabalho a um ritmo sem precedentes, criando oportunidades e desafios para os trabalhadores, as empresas e os decisores políticos. Em 3 de fevereiro, o Comité Económico e Social Europeu (CESE) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) realizaram uma conferência conjunta de alto nível sobre estes temas intitulada «Justiça social na era digital: o impacto da IA no trabalho e na sociedade».

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A inteligência artificial (IA) está a transformar o mundo do trabalho a um ritmo sem precedentes, criando oportunidades e desafios para os trabalhadores, as empresas e os decisores políticos. Em 3 de fevereiro, o Comité Económico e Social Europeu (CESE) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) realizaram uma conferência conjunta de alto nível sobre estes temas intitulada «Justiça social na era digital: o impacto da IA no trabalho e na sociedade».

A conferência de alto nível reuniu dirigentes da UE de destaque – incluindo vários ministros do Trabalho – que debateram estratégias para explorar o potencial da IA, abordando simultaneamente os riscos que esta tecnologia representa para os direitos dos trabalhadores e os mercados de trabalho. Este evento importante foi realizado no quadro da Coligação Mundial para a Justiça Social, pondo a tónica na necessidade de uma abordagem coordenada da governação da IA, tanto a nível europeu como mundial. A sua organização esteve a cargo da OIT e da Secção do Emprego, Assuntos Sociais e Cidadania (SOC) do CESE.

Defesa de um modelo de IA ético e inclusivo

Na abertura da conferência, Oliver Röpke, presidente do CESE, insistiu na necessidade urgente de desenvolver uma abordagem da IA centrada no ser humano. «A inteligência artificial já está a revolucionar as nossas sociedades e os nossos mercados de trabalho, trazendo tanto oportunidades como desafios. O CESE e as suas organizações parceiras estão empenhados em assegurar que a IA contribui para a justiça social, reforçando os direitos dos trabalhadores, promovendo a inclusão e prevenindo o aparecimento de novas desigualdades. Para construir um futuro com um modelo de IA justo e centrado no ser humano é necessário que os decisores políticos, os parceiros sociais e a sociedade civil unam esforços para assegurar que a IA está ao serviço dos cidadãos e não de interesses contrários aos seus», afirmou.

O diretor-geral da OIT, Gilbert F. Houngbo, sublinhou a importância de políticas proativas que atenuem as perturbações causadas pela nova tecnologia no emprego e nos locais de trabalho: «Temos de assegurar que o modelo de desenvolvimento da IA promove a justiça social. Tal passa por adotar uma série de medidas, como apoiar os trabalhadores, nomeadamente em matéria de desenvolvimento de competências e proteção social; assegurar que as empresas de todas as dimensões, em todas as partes do mundo, colhem os benefícios da IA em termos de produtividade, facilitando o seu acesso a esta tecnologia; e garantir que a integração da IA no local de trabalho é acompanhada da proteção dos direitos dos trabalhadores e da promoção do diálogo social no quadro da transição digital.»

Personalidades de primeiro plano partilharam em dois painéis de debate os seus pontos de vista sobre os desafios e as oportunidades da IA no que diz respeito à promoção do trabalho digno, ao desenvolvimento de mercados de trabalho inclusivos e ao reforço da igualdade de género nos próximos anos. Entre os membros dos painéis, contavam-se os ministros do Trabalho da UE Agnieszka Dziemianowicz-Bąk (Polónia), Yolanda Díaz (Espanha), Níki Keraméos (Grécia) e Maria do Rosário Palma Ramalho (Portugal), bem como a delegada do governo francês junto da OIT e do G7-G20, Anousheh Karvar (entre outros).

Os debates sublinharam que, embora a implantação da IA tenha riscos associados, não se justifica adotar uma postura antitecnológica. Não obstante, é essencial conferir um papel de destaque ao diálogo social, associando os trabalhadores ao processo de implantação da IA e centrando os esforços em medidas de requalificação e melhoria de competências. A implantação e regulamentação adequadas e controladas da IA ajudarão a atenuar os efeitos de choque, aproveitando o potencial desta tecnologia para reduzir as tarefas repetitivas e evitando despedimentos em grande escala. (lm)

Mercado da eletricidade: CESE propõe serviço para a eletricidade que regule quando necessário e privatize sempre que possível

O mercado da eletricidade tem de ser reformado de molde a não se limitar a cumprir as metas de neutralidade climática para 2050. Para o Comité Económico e Social Europeu, é fundamental garantir a segurança do abastecimento, preços estáveis e acessíveis e o direito à energia, a fim de proteger os grupos vulneráveis.

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O mercado da eletricidade tem de ser reformado de molde a não se limitar a cumprir as metas de neutralidade climática para 2050. Para o Comité Económico e Social Europeu, é fundamental garantir a segurança do abastecimento, preços estáveis e acessíveis e o direito à energia, a fim de proteger os grupos vulneráveis.

No Parecer – O futuro do abastecimento e dos preços da eletricidade na UE, adotado em janeiro e elaborado por Jan Dirx e Thomas Kattnig, o CESE defende um modelo de regulamentação governamental, sempre que necessário, e de iniciativa empresarial privada, sempre que possível, e recomenda a criação de um serviço para a eletricidade.

Este serviço pode assumir a forma de uma empresa criada pelo Estado que opera como criador de mercado no mercado da eletricidade, alcançando assim os objetivos de neutralidade climática, segurança do abastecimento e preços estáveis e acessíveis.

No entender do CESE, as alterações necessárias no mercado da eletricidade devem ser realizadas em três fases:

  • Fase 1 – Até 2030

    O serviço para a eletricidade aumentará a sua carteira com uma combinação de produção de energia (sem emissões de CO2). Durante este período, a negociação de eletricidade realizar-se-á com base na negociação para o dia seguinte, mas a influência do serviço para a eletricidade no mercado aumentará.

  • Fase 2 – De 2030 a 2040

    O serviço para a eletricidade alcançará a sua posição de criador de mercado e controlará uma parte adequada do lado da oferta do mercado através de contratos de abastecimento. A negociação para o dia seguinte será adaptada em conformidade durante este período.

  • Fase 3 – De 2040 a 2050

    O serviço para a eletricidade otimizará a oferta de eletricidade para assegurar, a partir de 2050, um abastecimento sustentável a longo prazo de eletricidade com emissões líquidas nulas de gases com efeito de estufa, a um nível de preços estável e previsível. (mp)

Para defender os seus interesses, a UE deve repensar a sua estratégia para o Ártico

A melhor forma de a UE defender, em conjunto, os seus interesses legítimos no Ártico europeu será através de uma estratégia da UE para o Ártico que reforce a participação da sociedade civil em todas as decisões pertinentes. A estreita cooperação com a Gronelândia é igualmente vital para o investimento sustentável no Ártico, a fim de assegurar a prosperidade e a resiliência da região.

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A melhor forma de a UE defender, em conjunto, os seus interesses legítimos no Ártico europeu será através de uma estratégia da UE para o Ártico que reforce a participação da sociedade civil em todas as decisões pertinentes. A estreita cooperação com a Gronelândia é igualmente vital para o investimento sustentável no Ártico, a fim de assegurar a prosperidade e a resiliência da região.

No seu Parecer de Iniciativa – Desenvolver a estratégia europeia para o Ártico em diálogo com a sociedade civil, adotado na reunião plenária de janeiro, o CESE salienta o importante papel que o Ártico desempenha na autonomia estratégica, na resiliência e na competitividade da Europa.

Anders Ladefoged, membro do CESE e relator do parecer, declarou: «O nosso novo parecer sobre a política da UE para o Ártico apresenta a perspetiva da sociedade civil sobre a forma como a UE pode desenvolver a sua política para esta região, tendo em conta os seus próprios interesses e ajudando a assegurar a resiliência e a prosperidade da região para as pessoas que aí vivem.»

Além disso, o CESE apoia e incentiva a plena consulta e cooperação com os povos indígenas do Ártico. Neste contexto, Christian Moos, correlator do parecer, afirmou: «Os interesses dos Estados do Ártico europeu são mais bem defendidos em conjunto, tanto através da cooperação entre os Estados-Membros do norte da UE como de uma estratégia europeia para o Ártico, que deve assegurar a participação da sociedade civil e defender os direitos dos povos locais e indígenas.»

A Gronelândia, que também é referida no parecer, enfrenta uma situação semelhante à do Ártico europeu, tanto no que diz respeito às oportunidades como aos desafios relacionados com a rápida transformação na região.

A este respeito, Christian Moos afirmou: «O reforço da cooperação europeia, nomeadamente na Gronelândia, é vital para o investimento sustentável no Ártico europeu, para que se torne uma região próspera e resiliente.»

Para os gronelandeses, uma das principais prioridades é reforçar a sua autodeterminação enquanto nação, sob o lema «nada sobre nós sem nós». Contudo, a UE é vista como um aliado próximo com valores comuns, como os direitos humanos e o diálogo social. (at)

Europa tem de privilegiar competitividade e integração para se manter na vanguarda

A UE deve centrar-se mais na política de concorrência para reforçar a sua competitividade a nível mundial, aumentar a produtividade e assegurar que o mercado interno se mantém um pilar da sua pujança económica.

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A UE deve centrar-se mais na política de concorrência para reforçar a sua competitividade a nível mundial, aumentar a produtividade e assegurar que o mercado interno se mantém um pilar da sua pujança económica.

Na reunião plenária de janeiro, o Comité Económico e Social Europeu (CESE) adotou o Parecer – Uma política de concorrência ao serviço da competitividade da UE, em que defende uma maior integração das economias nacionais e estratégias mais inteligentes em matéria de auxílios estatais para libertar o potencial económico da Europa e fazer face aos principais desafios globais como a digitalização, as alterações climáticas e a resiliência.

O CESE sublinha que a política de concorrência é fundamental para promover a inovação, a sustentabilidade e o crescimento económico. «A concorrência e a competitividade não estão em polos opostos», disse a relatora Isabel Yglesias. «Com procedimentos simplificados, instrumentos flexíveis e recursos adequados, a política de concorrência pode fomentar a prosperidade das empresas e dos cidadãos da UE.»

As novas regras de concorrência da UE, como as previstas no Regulamento dos Mercados Digitais e no Regulamento Subvenções Estrangeiras, já focam o problema das distorções do mercado e reforçam a posição do bloco a nível mundial. No entanto, o CESE solicita que se adotem novas medidas para modernizar as avaliações das concentrações e assegurar a supervisão efetiva das concentrações orientadas para a inovação, mesmo que os seus limiares sejam inferiores aos atuais limiares da UE.

O CESE destaca ainda no parecer o papel dos auxílios estatais no apoio às transições ecológica e digital. No entanto, uma má coordenação das subvenções pode comprometer a produtividade e o crescimento. Segundo alguns estudos, uma coordenação mais eficaz ao nível da UE poderia aumentar em mais de 30% a produtividade. O CESE recomenda que as subvenções sejam alinhadas em todos os Estados-Membros, a fim de reforçar as cadeias de valor europeias e evitar ineficiências.

Importa conceber numa perspetiva pan-europeia os projetos importantes de interesse europeu comum e o Fundo Europeu de Competitividade proposto, a fim de impulsionar a inovação industrial em grande escala. Estes instrumentos devem assegurar uma distribuição equitativa dos benefícios na União, promovendo a sustentabilidade e a resiliência.

Para posicionar a UE como líder mundial, o CESE salienta a necessidade de:

  • uma maior integração para reduzir a má distribuição das subvenções e impulsionar a produtividade;
  • regras mais rigorosas para proteger a inovação europeia em aquisições estrangeiras;
  • procedimentos simplificados e mais céleres em matéria de concorrência e auxílios estatais para aumentar a eficiência; e
  • uma política equilibrada em matéria de concentrações que promova a inovação, a sustentabilidade e o investimento em infraestruturas. (ll)

CESE insta à revisão das regras da UE em matéria de auxílios estatais para apoiar as entidades da economia social

O Comité Económico e Social Europeu (CESE) instou à alteração das regras da União Europeia (UE) em matéria de auxílios estatais, a fim de reconhecer e atender melhor às necessidades das entidades da economia social, que desempenham um papel fundamental na resposta aos desafios societais. 

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O Comité Económico e Social Europeu (CESE) instou à alteração das regras da União Europeia (UE) em matéria de auxílios estatais, a fim de reconhecer e atender melhor às necessidades das entidades da economia social, que desempenham um papel fundamental na resposta aos desafios societais.

No seu Parecer – Como apoiar as entidades da economia social em conformidade com as regras em matéria de auxílios estatais: pistas de reflexão na sequência das propostas do relatório de Enrico Letta, adotado na reunião plenária de janeiro, o CESE alerta para o facto de a regulamentação em vigor não prestar um apoio adequado a estas empresas, que muitas vezes reinvestem os seus lucros na realização de objetivos sociais, em vez de os distribuir pelos investidores.

«Queremos sensibilizar mais as pessoas para os benefícios de uma regulamentação eficaz em matéria de concorrência e de auxílios estatais, tanto para as empresas da economia social como para todo o sistema de serviços de interesse geral», declarou o relator do parecer, Giuseppe Guerini.

As entidades da economia social, que vão desde cooperativas a sociedades mútuas e fundações, empregam mais de 11 milhões de pessoas em toda a UE, ou seja, 6,3% da população ativa. Operam em setores como os serviços sociais e de saúde, as energias renováveis e a redução da pobreza. Apesar dos seus contributos, tais entidades enfrentam obstáculos sistémicos à garantia de capital de investimento a longo prazo e ao acesso a contratos públicos, dado que, muitas vezes, o quadro regulamentar em vigor não tem em conta a sua natureza sem fins lucrativos ou o seu cariz solidário.

Entre outras coisas, o parecer do CESE salienta o facto de as autoridades públicas não explorarem plenamente os instrumentos existentes, como o Regulamento Geral de Isenção por Categoria (RGIC) e o enquadramento para os serviços de interesse económico geral (SIEG).

Assim, o Comité insta à simplificação e atualização das regras excessivamente complexas e obsoletas ao abrigo do RGIC para apoiar a contratação de trabalhadores desfavorecidos ou com deficiência, em consonância com algumas das recomendações do relatório de Enrico Letta sobre o mercado interno.

Embora acolha favoravelmente o aumento recente dos limiares máximos dos auxílios de minimis (300 000 euros para o setor comum e 750 000 euros para as entidades SIEG), o CESE defende igualmente que instrumentos mais adaptados, como o RGIC ou disposições específicas em matéria de SIEG, responderiam melhor às necessidades das entidades da economia social em domínios como os serviços de saúde e sociais. (ll)

São necessárias reformas concretas e medidas decisivas para assegurar uma economia resiliente, competitiva e inclusiva

Em comparação com os seus pares a nível mundial, como os Estados Unidos, a área do euro enfrenta desafios prementes: baixa produtividade do trabalho, enfraquecimento da competitividade e abrandamento da dinâmica económica. Para inverter esta tendência, o Comité Económico e Social Europeu (CESE) defende a adoção urgente de uma estratégia coordenada. 

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Em comparação com os seus pares a nível mundial, como os Estados Unidos, a área do euro enfrenta desafios prementes: baixa produtividade do trabalho, enfraquecimento da competitividade e abrandamento da dinâmica económica. Para inverter esta tendência, o Comité Económico e Social Europeu (CESE) defende a adoção urgente de uma estratégia coordenada.

No seu Parecer – Política económica da área do euro para 2025, o CESE apresenta um plano para impulsionar o crescimento através do aprofundamento do mercado interno, da redução da burocracia regulamentar e da garantia da sustentabilidade orçamental. Ao mesmo tempo, as políticas devem abordar tendências transformadoras como a inteligência artificial (IA) e as pressões resultantes do envelhecimento da população.

Depois de ter enfrentado choques externos como a pandemia de COVID-19 e a crise energética, a área do euro depara-se agora com desafios económicos de monta. Apesar dos esforços de estabilização, questões como a incerteza interna, as alterações demográficas e o aumento das pressões orçamentais requerem reformas audaciosas.

O CESE propõe uma abordagem em três fases para aumentar a produtividade e a competitividade: aprofundar o mercado interno, coordenar a política industrial e reduzir a burocracia. A sustentabilidade orçamental é crucial e exige um quadro equilibrado, uma colaboração mais estreita a nível da UE e esforços para tirar partido das receitas por explorar. O investimento continua a ser um ponto fraco, sendo necessário aumentar o capital de risco e promover políticas favoráveis à inovação.

A resiliência do mercado de trabalho é também fundamental, exigindo flexibilidade, salários justos, reformas da segurança social e o desenvolvimento de competências orientadas para a IA. O CESE salienta a necessidade de uma responsabilização partilhada entre a UE e os seus Estados-Membros e defende o reforço da coordenação das políticas. Através de medidas decisivas e investimentos estratégicos, a área do euro pode construir uma economia resiliente, competitiva e sustentável para o futuro (tk). 

Europa abranda na consecução dos ODS – ação no domínio dos sistemas alimentares deve ser prioridade máxima

Os progressos da Europa na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) abrandaram significativamente, suscitando preocupações quanto ao cumprimento das metas para 2030. O relatório de 2025 sobre o desenvolvimento sustentável na Europa, publicado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (RSDS) das Nações Unidas, revela que o ritmo na consecução dos ODS entre 2020 e 2023 foi menos de metade do observado no período anterior.

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Os progressos da Europa na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) abrandaram significativamente, suscitando preocupações quanto ao cumprimento das metas para 2030. O relatório de 2025 sobre o desenvolvimento sustentável na Europa, publicado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (RSDS) das Nações Unidas, revela que o ritmo na consecução dos ODS entre 2020 e 2023 foi menos de metade do observado no período anterior.

Entre 2016 e 2019, registaram-se progressos de 1,9 pontos percentuais na consecução dos ODS, mas esse valor diminuiu para apenas 0,8 pontos percentuais nos anos seguintes. Este abrandamento surge num contexto de desafios ambientais, sociais e geopolíticos cada vez maiores. O ODS 2 (erradicar a fome) continua a ser um dos principais focos de atenção, uma vez que subsistem problemas de segurança e sustentabilidade alimentares em toda a Europa.

Um estudo elaborado para o Comité Económico e Social Europeu (CESE) salienta a necessidade de introduzir mudanças no nosso regime alimentar para favorecer uma agricultura sustentável e promover a saúde pública.

Os peritos solicitam aos novos líderes da UE políticas e investimentos mais sólidos para acelerar os progressos na consecução dos ODS. A cooperação e o financiamento a nível mundial são considerados fundamentais e prevê-se que a 4.ª Conferência Internacional sobre o Financiamento do Desenvolvimento, que se realiza em Espanha, em junho de 2025, será consagrada ao reforço do apoio financeiro para a sustentabilidade.

Guillaume Lafortune, vice-presidente da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (RSDS) e autor principal do estudo, alerta para o facto de o aumento das tensões geopolíticas estar a dificultar os esforços em prol da sustentabilidade, mas mantém o otimismo.

«O mundo está cada vez mais perigoso, instável e incerto», afirmou. «Ao mesmo tempo, as pessoas, especialmente os jovens, aspiram a um desenvolvimento sustentável. Tendo em conta a dimensão da economia mundial e as tecnologias disponíveis, o mundo tem potencial para satisfazer plenamente essa aspiração.»

«Os sistemas alimentares sustentáveis são um motor crucial para a execução dos ODS. Para acelerar a ação, precisamos de mecanismos mais ambiciosos que salvaguardem os meios de subsistência dos agricultores, dos pequenos produtores de alimentos e de outros intervenientes em toda a cadeia de abastecimento alimentar. Mas temos também de combater a distribuição iníqua e assegurar uma transição justa», afirmou Peter Schmidt, presidente da Secção da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Ambiente (NAT) do CESE, defendendo, ao mesmo tempo, uma maior participação da sociedade civil.

A apenas cinco anos do marco fixado, a UE enfrenta uma decisão crítica: agir com determinação ou correr o risco de ficar aquém dos seus compromissos em prol de um futuro sustentável e equitativo. (ks)

Prémios europeus da produção biológica 2025 – Candidaturas abertas

Em 11 de fevereiro, o Comité Económico e Social Europeu (CESE) anunciou a abertura das candidaturas para a quarta edição dos prémios europeus da produção biológica, as quais poderão ser apresentadas até 27 de abril de 2025.

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Em 11 de fevereiro, o Comité Económico e Social Europeu (CESE) anunciou a abertura das candidaturas para a quarta edição dos prémios europeus da produção biológica, as quais poderão ser apresentadas até 27 de abril de 2025.

Estes prémios reconhecem a excelência na cadeia de valor biológica e distinguem contributos valiosos em diferentes categorias, nomeadamente, melhor agricultor, melhor região, melhor cidade, melhor PME de transformação de produtos alimentares, melhor loja de produtos alimentares e melhor restaurante/serviço de restauração biológicos. O CESE é responsável por três destas categorias:

  • Melhor PME de Transformação de Produtos Alimentares Biológicos;
  • Melhor Loja de Produtos Alimentares Biológicos;
  • Melhor Restaurante/Serviço de Restauração Biológico.

Os vencedores serão anunciados em 23 de setembro de 2025, no Dia Biológico da UE. As partes interessadas do setor biológico, incluindo agricultores, empresas de transformação, retalhistas e entidades públicas, são encorajadas a candidatar-se.

Para mais informações sobre a elegibilidade e as candidaturas, consultar o sítio Web da Comissão Europeia. Eventuais perguntas relativas às categorias geridas pelo CESE podem ser enviadas para EUorganicawardsEESC@eesc.europa.eu.

Esta iniciativa inscreve-se no âmbito do plano de ação da UE para a agricultura biológica que visa promover a produção biológica e uma maior sensibilização dos consumidores. (ks) 

Semana da Sociedade Civil 2025 – participe no debate!

A segunda edição da Semana da Sociedade Civil do CESE, que terá lugar de 17 a 20 de março de 2025, centrar-se-á no Reforço da coesão e da participação nas sociedades polarizadas. Garanta já o seu lugar inscrevendo-se nesta página!

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A segunda edição da Semana da Sociedade Civil do CESE, que terá lugar de 17 a 20 de março de 2025, centrar-se-á no Reforço da coesão e da participação nas sociedades polarizadas. Garanta já o seu lugar inscrevendo-se nesta página!

Ainda vai a tempo de se inscrever na segunda Semana da Sociedade Civil do CESE, que reunirá a sociedade civil europeia e os decisores políticos da UE, bem como peritos, jornalistas e outras partes interessadas para debater um dos desafios mais prementes de hoje – Como combater a polarização das nossas sociedades?

A acumulação de crises, que vão desde a pandemia e das alterações climáticas ao aumento do custo de vida e agravamento das disparidades de rendimento, levou ao alastrar da polarização na UE e noutras regiões do globo, aprofundando as divisões sociais, minando a confiança nas instituições democráticas e pondo à prova a coesão das comunidades.

Neste contexto, a Semana da Sociedade Civil de 2025 apresenta-se como um apelo firme à adoção de medidas para promover a coesão social e reforçar a participação democrática. O programa deste fórum de quatro dias prevê debates animados e seminários colaborativos, proporcionando uma plataforma única aos participantes para debater temas fundamentais, partilhar boas práticas e trabalhar em conjunto para desenvolver soluções práticas. 

O que pode esperar

No quadro da edição de 2025 da Semana da Sociedade Civil, terão lugar debates organizados pelo Grupo de Ligação do CESE, bem como o Dia de Iniciativa da Cidadania Europeia e a cerimónia de entrega do Prémio CESE para a Sociedade Civil.

O evento será aberto pelo discurso de apresentação da escritora, académica e comentadora política Albena Azmanova, que servirá de convite à reflexão, dando o mote para os debates que se seguirão.

No painel de alto nível, iremos debater o tema «A União Europeia continua “Unida na diversidade”?». Entre os oradores participantes contam-se Younous Omarjee, vice-presidente do Parlamento Europeu, Adriana Porowska, ministra da Sociedade Civil (em representação da Presidência polaca), Oliver Röpke, presidente do CESE, Brikena Xhomaqi, copresidente do Grupo de Ligação do CESE,  Petros Fassoulas, secretário-geral do Movimento Europeu Internacional, e Mădălina-Mihaela Antoci do Conselho Nacional da Juventude da Moldávia.

Durante a Semana da Sociedade Civil, refletiremos sobre o papel que a educação cívica pode desempenhar para ultrapassar as divisões sociais, a forma de a Europa assumir a liderança em inovação sem abdicar dos seus valores e como tornar a habitação mais acessível e sustentável, combatendo simultaneamente a pobreza energética e apoiando a coabitação multigeracional. Analisaremos igualmente estratégias para reforçar a sociedade civil através do apoio público e da filantropia e para assegurar que as políticas da UE refletem as necessidades locais no quadro da transição ecológica e azul, bem como formas de obter reconhecimento para a sociedade civil em toda a Europa, defender o seu espaço e estabelecer um diálogo civil mais eficaz.

O Quadro Financeiro Plurianual (QFP) e as suas implicações para a sociedade civil serão o tema de uma sessão especial, organizada em conjunto com o Parlamento Europeu.

Dia da Iniciativa de Cidadania Europeia 2025

No Dia da ICE, em 18 de março, todas as atenções estarão viradas para esse poderoso instrumento de democracia participativa que é a Iniciativa de Cidadania Europeia (ICE). A ICE foi introduzida pelo Tratado de Lisboa e permite aos cidadãos da UE convidar a Comissão Europeia a apresentar propostas legislativas num domínio específico. Para que a ICE seja examinada pela Comissão, os organizadores têm de recolher 1 milhão de assinaturas em seu apoio.

Através de debates de alto nível e seminários interativos, os participantes aprofundarão temas fundamentais, como o papel da ICE no combate à polarização e formas de aumentar o apoio dos cidadãos em todos os Estados-Membros. Será dada especial atenção à forma como as organizações da sociedade civil podem participar ativamente no processo de ICE, fazendo ouvir a voz dos cidadãos na elaboração das políticas europeias.

Os participantes terão também uma oportunidade única de contactar diretamente os organizadores de ICE – passados, presentes e futuros – para trocar boas práticas e ensinamentos retirados das campanhas de ICE.

Além disso, o evento salientará a importância das estratégias para aumentar o impacto das ICE e dos painéis de cidadãos, nomeadamente aumentando a probabilidade de acompanhamento legislativo por parte das instituições da UE.

Prémio para a Sociedade Civil 2025

O último dia da Semana da Sociedade Civil de 2025, será dedicado, entre outros assuntos, à cerimónia de entrega do 15.º Prémio CESE para a Sociedade Civil.

O Prémio CESE para a Sociedade Civil visa sensibilizar para o contributo excecional da sociedade civil no sentido de criar uma identidade e cidadania europeias e promover os valores comuns que reforçam a integração europeia. É atribuído anualmente a indivíduos e organizações da sociedade civil que tenham contribuído com projetos sem fins lucrativos inovadores e criativos para diferentes domínios relevantes para a UE.

Este ano, o prémio será atribuído a três projetos que combatem a polarização das sociedades da UE.

A Semana da Sociedade Civil será concluída com uma animada sessão de encerramento, em que intervirão um vice-presidente executivo da Comissão Europeia (a confirmar), Katarina Barley, vice-presidente do Parlamento Europeu, Oliver Röpke, presidente do CESE, e Nataša Vučković, secretária-geral da Fundação Centro para a Democracia na Sérvia.

Participe no debate!

Com quatro dias de debates aprofundados, oradores de alto nível inspiradores e ótimas oportunidades de estabelecimento de contactos, a Semana da Sociedade Civil 2025 promete ser um evento imperdível. Garanta já hoje o seu lugar e una-se aos nossos esforços para transformar o debate em medidas concretas. A sua voz é importante para construir uma Europa mais coesa e participativa!

O programa completo está disponível nesta página.

Inscreva-se nesta página até 12 de março. (ma)

Evento anual dos jovens no CESE: o encontro dos dirigentes de amanhã

Em 13 e 14 de março de 2025, o Comité Económico e Social Europeu (CESE) organizará o seu evento anual para a juventude, intitulado «A tua Europa, a tua voz», que reunirá mais de 130 participantes de toda a Europa e não só. Este evento único junta estudantes do ensino secundário, representantes de organizações de jovens e delegados de conselhos de juventude nacionais, com idades compreendidas entre os 16 e os 25 anos, vindos dos 27 Estados-Membros da UE, dos 9 países candidatos e do Reino Unido.

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Em 13 e 14 de março de 2025, o Comité Económico e Social Europeu (CESE) organizará o seu evento anual para a juventude, intitulado «A tua Europa, a tua voz», que reunirá mais de 130 participantes de toda a Europa e não só. Este evento único junta estudantes do ensino secundário, representantes de organizações de jovens e delegados de conselhos de juventude nacionais, com idades compreendidas entre os 16 e os 25 anos, vindos dos 27 Estados-Membros da UE, dos 9 países candidatos e do Reino Unido.

O evento, que inclui uma panóplia de seminários, painéis e debates, proporciona uma plataforma que permite aos jovens contribuírem ativamente para moldar o futuro da Europa. Na edição deste ano, sob o lema «Dar voz aos jovens», os participantes tratarão temas cruciais como a sustentabilidade, a inclusão social, a transformação digital, entre outros.

Os resultados destes debates e os pontos de vista recolhidos serão encaminhados para a segunda Semana da Sociedade Civil do CESE e, além disso, serão alvo de destaque no Encontro Europeu da Juventude, a organizar pelo Parlamento Europeu em junho de 2025, em Estrasburgo.

O evento coloca em relevo a importância de transpor a participação dos jovens para a ação cívica, a democracia participativa e a definição das políticas europeias.

Não perca os resultados nem as iniciativas que tomarão forma neste importante encontro. (kc)

Notícias dos grupos

Bússola para a Competitividade: uma iniciativa oportuna para reiniciar o motor económico da Europa

Por Stefano Mallia, presidente do Grupo dos Empregadores do CESE

Em 29 de janeiro, a Comissão Europeia adotou a Bússola para a Competitividade, uma iniciativa fundamental e oportuna para reiniciar o motor económico da Europa que apontará o rumo a seguir pela UE nos próximos cinco anos.

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Por Stefano Mallia, presidente do Grupo dos Empregadores do CESE

Em 29 de janeiro, a Comissão Europeia adotou a Bússola para a Competitividade, uma iniciativa fundamental e oportuna para reiniciar o motor económico da Europa que apontará o rumo a seguir pela UE nos próximos cinco anos.

Os empregadores da UE defendem há muito uma agenda global para a competitividade, pelo que nos congratulamos com os três pilares da bússola: reduzir o défice de inovação e de produtividade, conciliar a descarbonização com a competitividade e diminuir as dependências para proteger as cadeias de abastecimento. Estes elementos são indispensáveis para garantir que a Europa pode competir a nível mundial, atrair e reter talentos e promover a inovação.

No entanto, o êxito desta iniciativa dependerá da elaboração de medidas concretas e da sua aplicação atempada. Outras iniciativas fundamentais, como o pacote de simplificação abrangente, o Pacto da Indústria Limpa e a estratégia horizontal para aprofundar o mercado único, desempenharão um papel decisivo. No entanto, as estratégias renovadas com títulos sonantes não são suficientes, por si só, para nos proteger dos desafios que se avizinham.

Por exemplo, a simplificação do quadro regulamentar é a primeira e mais urgente medida. É essencial reduzir a burocracia excessiva e promover a rapidez e a flexibilidade. As empresas da UE enfrentam há demasiado tempo dificuldades devido à complexidade excessiva e à morosidade do processo de decisão. Importa também aplicar concretamente os controlos de competitividade, de modo que as novas medidas legislativas e regulamentares apoiem – em vez de entravar – o crescimento das empresas.

A Bússola para a Competitividade centra-se acertadamente na promoção da inovação através de uma União dos Mercados de Capitais sólida e na eliminação dos obstáculos estruturais para libertar o potencial da Europa em matéria de tecnologias profundas, energia limpa e produção avançada, criando simultaneamente um ecossistema fértil para as empresas em fase de arranque e em expansão.

A União dos Mercados de Capitais, ainda por concluir, envia-nos um sinal claro de que não podemos dar-nos ao luxo de permitir atrasos. Embora promova uma melhor coordenação dos investimentos dos governos nacionais, a Bússola para a Competitividade carece de um plano claro sobre outras fontes de financiamento comuns. Mas o resto do mundo não está parado.

A corrida já começou, e chegou o momento de passar a uma velocidade superior. Promover a competitividade não é apenas um imperativo económico: é também a chave para a prosperidade partilhada em benefício de todos. As empresas europeias são e serão sempre parte da solução. 

Competitividade a qualquer preço? A Europa não pode deixar os direitos sociais e laborais em segundo plano

Pelo Grupo dos Trabalhadores do CESE

O Grupo dos Trabalhadores do CESE adverte que os direitos sociais e dos trabalhadores por que tanto se lutou não devem ser esquecidos nos esforços da UE para manter a competitividade na economia mundial. Face aos apelos para uma maior desregulamentação, a UE não deve retroceder em legislação fundamental, como o Pilar Europeu dos Direitos Sociais.

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Pelo Grupo dos Trabalhadores do CESE

O Grupo dos Trabalhadores do CESE adverte que os direitos sociais e dos trabalhadores por que tanto se lutou não devem ser esquecidos nos esforços da UE para manter a competitividade na economia mundial. Face aos apelos para uma maior desregulamentação, a UE não deve retroceder em legislação fundamental, como o Pilar Europeu dos Direitos Sociais.

Na sequência das recomendações dos relatórios Draghi e Letta, a Comissão publicou uma comunicação sobre a Bússola para a Competitividade, a qual, em conjunto com as iniciativas horizontais já apresentadas, visa impulsionar a atividade empresarial. O objetivo é reforçar a vantagem competitiva da Europa.

O Grupo dos Trabalhadores manifesta profunda preocupação com o facto de os direitos sociais e laborais poderem estar a ficar para trás neste processo, uma vez que a UE parece ter optado por acompanhar o ritmo de outras economias competitivas a todo o custo.

É por esta razão que o Grupo dos Trabalhadores propôs uma série de pareceres de iniciativa que tratam a questão da competitividade do ponto de vista do valor acrescentado do capital humano,  nomeadamente a proposta anunciada de parecer sobre o papel dos sindicatos na melhoria da produtividade. O parecer procurará demonstrar que a força motriz da produtividade na UE (que afeta a competitividade) é principalmente o investimento em capital humano (trabalhadores), bem como em tecnologia e inovação.

O papel fundamental dos sindicatos é realçado neste contexto, uma vez que unem os trabalhadores através da negociação e ação coletivas, moldando a dinâmica do mercado de trabalho para ajudar a cumprir a promessa de uma economia competitiva.

Do mesmo modo, um estudo vindouro do Grupo dos Trabalhadores fará o balanço e o ponto da situação da legislação da UE relacionada com o Pilar Europeu dos Direitos Sociais. Esse estudo será um instrumento importante de acompanhamento da política social, tendo em conta a expectativa de que, na procura do melhor caminho para a competitividade, a Europa se concentrará principalmente na sua economia.   

Por último, na sua reunião de abril da Categoria da Voz dos Trabalhadores para uma Maior Participação Democrática, o Grupo dos Trabalhadores analisará as medidas propostas para reduzir os encargos regulamentares das empresas – considerados um fator que diminui a competitividade da Europa – e o seu impacto na legislação da UE em matéria de proteção dos trabalhadores e do ambiente, em particular no contexto do dever de diligência no domínio da sustentabilidade e da comunicação de informações sobre a sustentabilidade das empresas.

Novo estudo do CESE sobre habitação sustentável e a preços acessíveis na UE

Pelo Grupo das Organizações da Sociedade Civil do CESE

Os preços da habitação na UE aumentaram 47% entre 2010 e 2022. No mesmo período, as rendas aumentaram 18%. De acordo com o Eurostat, em 2023, mais de 10% dos agregados familiares nos meios urbanos e 7% nas zonas rurais gastaram mais de 40% do seu rendimento disponível em despesas de alojamento. Para perceber melhor de que forma podemos tornar a habitação mais acessível e sustentável para todos os europeus, o CESE encomendou um estudo que explora soluções de política habitacional passíveis de alcançar esse objetivo. Nesta entrevista, as coautoras do estudo, Agnieszka Maj, economista, e Karolina Zubel, diretora para o Ambiente, a Energia e as Alterações Climáticas do Centro de Investigação Social e Económica (CASE), debatem as principais conclusões.

 

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Pelo Grupo das Organizações da Sociedade Civil do CESE

Os preços da habitação na UE aumentaram 47% entre 2010 e 2022. No mesmo período, as rendas aumentaram 18%. De acordo com o Eurostat, em 2023, mais de 10% dos agregados familiares nos meios urbanos e 7% nas zonas rurais gastaram mais de 40% do seu rendimento disponível em despesas de alojamento. Para perceber melhor de que forma podemos tornar a habitação mais acessível e sustentável para todos os europeus, o CESE encomendou um estudo que explora soluções de política habitacional passíveis de alcançar esse objetivo. Nesta entrevista, as coautoras do estudo, Agnieszka Maj, economista, e Karolina Zubel, diretora para o Ambiente, a Energia e as Alterações Climáticas do Centro de Investigação Social e Económica (CASE), debatem as principais conclusões.

De que trata este estudo do CESE e por que razão é pertinente?

Este estudo sobre habitação sustentável e a preços acessíveis na UE analisa a necessidade de habitação sustentável e a preços acessíveis na UE, salientando o papel da digitalização (inteligência artificial, licenças de construção digitais, bases de dados pertinentes) e das estruturas da economia social. Através de estudos de caso, destaca os esforços inovadores que melhoram a comportabilidade dos preços, a acessibilidade e a sustentabilidade da habitação. O estudo apresenta recomendações exequíveis para 2030 e 2050, em consonância com os objetivos da UE em matéria de resiliência às alterações climáticas, equidade social e crescimento económico. Fornece perspetivas estratégicas para adaptar as políticas de habitação aos desafios em evolução, promovendo simultaneamente o bem-estar das comunidades.

Quais são as principais conclusões do estudo?

A digitalização representa uma oportunidade importante para melhorar a eficiência no planeamento, na construção e na gestão da habitação, com potencial para reduzir os custos e reforçar a sustentabilidade. No entanto, o seu impacto atual na poupança de custos é limitado. Entre os principais obstáculos no caminho do progresso digital surgem os intervenientes com pontos de vista tradicionais, a perceção de um baixo retorno do investimento, os elevados custos de execução e a falta de incentivos, de formação e de regulamentação. Para explorar todo o potencial da digitalização, é essencial um maior investimento em infraestruturas digitais, por exemplo, para tornar as plataformas digitais interoperáveis.

A participação de entidades da economia social (associações habitacionais de lucro limitado, organizações de utilidade pública, cooperativas) constitui uma inovação política promissora para enfrentar os atuais desafios associados à habitação. Essas entidades proporcionam soluções de habitação bem concebidas, com uma boa relação custo-eficácia, que promovem a coesão comunitária e a estabilidade habitacional a longo prazo. Por exemplo, em Viena, a habitação sem fins lucrativos e de lucro limitado, que representa 30% da disponibilização total de habitação na cidade, desempenha um papel crucial na estabilização do mercado da habitação, pois produz um efeito de atenuação dos preços: ajuda a manter as rendas a preços acessíveis e evita distorções no mercado.

Com base nas conclusões, quais são as principais recomendações para ação e para uma investigação mais aprofundada?

A médio prazo, as políticas de habitação da UE devem dar prioridade à elaboração de um novo pacto europeu para uma habitação social sustentável a preços acessíveis e de uma diretiva relativa à habitação, que assegurem uma abordagem uniforme em todos os Estados-Membros. Os países devem promover modelos inovadores como as cooperativas e a habitação de lucro limitado, prestar apoio financeiro flexível a projetos de habitação e adotar ferramentas digitais para melhorar a eficiência das soluções para a habitação.

A longo prazo, as políticas de habitação devem adotar uma abordagem estratégica e sustentável, colocando a tónica nas soluções locais e no acompanhamento contínuo. A digitalização deve ser normalizada através de legislação, paralelamente a práticas de economia circular, tais como empréstimos bancários associados à circularidade dos edifícios, incentivos ao arrendamento com base na eficiência energética e iniciativas de financiamento provenientes dos cidadãos. Além disso, o conceito de «habitação social» deve ser alargado de modo a incluir as famílias de rendimento médio, à semelhança do modelo de habitação social de Viena, promovendo a pluralidade social e prevenindo a gentrificação. É igualmente crucial ter em atenção quer as novas construções, quer as reabilitações, e reconverter imóveis devolutos para satisfazer eficazmente as necessidades de habitação.

No futuro, a investigação deve debruçar-se sobre abordagens inclusivas no planeamento urbano, na construção e na disponibilização de habitação, a fim de melhorar a acessibilidade para todos os cidadãos. Deve também analisar o impacto das tecnologias emergentes, como a inteligência artificial e a automatização, na poupança de custos e na eficiência sob o prisma do desenvolvimento e da gestão da habitação. Além disso, a investigação deve explorar modelos de habitação inovadores em todos os Estados-Membros da UE, identificando estratégias que possam melhorar a comportabilidade dos preços e a sustentabilidade.

O estudo foi encomendado pelo CESE a pedido do Grupo das Organizações da Sociedade Civil.

Soon in the EESC/Cultural events

Bússola para a Competitividade não assegura equilíbrio entre necessidades das empresas e direitos dos trabalhadores

A Confederação Europeia de Sindicatos (CES), maior organização sindical europeia, que representa 45 milhões de trabalhadores a nível europeu, recusou-se a apoiar a Bússola para a Competitividade, o roteiro da Comissão Europeia para impulsionar a economia da UE. Para a CES, a Bússola é inaceitável no seu formato atual. Falámos com a secretária-geral da CES, Esther Lynch, sobre as principais objeções dos trabalhadores à Bússola e sobre o futuro do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, face a novos apelos no sentido de uma desregulamentação drástica e de uma maior ênfase na competitividade.

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A Confederação Europeia de Sindicatos (CES), maior organização sindical europeia, que representa 45 milhões de trabalhadores a nível europeu, recusou-se a apoiar a Bússola para a Competitividade, o roteiro da Comissão Europeia para impulsionar a economia da UE. Para a CES, a Bússola é inaceitável no seu formato atual. Falámos com a secretária-geral da CES, Esther Lynch, sobre as principais objeções dos trabalhadores à Bússola e sobre o futuro do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, face a novos apelos no sentido de uma desregulamentação drástica e de uma maior ênfase na competitividade.

Os sindicatos da UE já expressaram o seu descontentamento com o mais recente plano da Comissão Europeia para relançar a economia da UE. Em seu entender, qual é o principal problema da Bússola para a Competitividade da Comissão? Que propostas deste plano considera particularmente alarmantes?

O principal problema da Bússola para a Competitividade da Comissão Europeia é que dá prioridade à desregulamentação e não ao investimento necessário para criar empregos de qualidade, desenvolver uma política industrial europeia forte e assegurar serviços públicos de elevada qualidade. Ao mesmo tempo, embora a Bússola reconheça a importância de empregos de qualidade para uma economia competitiva, em vez de propor a legislação necessária para reforçar os direitos, melhorar as condições de trabalho e promover a negociação coletiva, compromete esta prioridade ao promover a desregulamentação, o que pode conduzir a condições de trabalho menos favoráveis e à insegurança no emprego.

Uma das propostas mais preocupantes é a introdução de um 28.º regime das sociedades, que permitiria a estas funcionar à revelia da legislação laboral nacional. Tal seria um risco potencial para a legislação laboral em toda a Europa, provocando um nivelamento por baixo em termos de direitos e proteções dos trabalhadores.

Na mesma ordem de ideias, a proibição da sobrerregulamentação (a possibilidade de os governos irem além das normas mínimas estabelecidas nas diretivas da UE) é extremamente problemática. O princípio das diretivas da UE, por oposição aos regulamentos, é que estabelecem normas mínimas para todos os países. Fazer dessas normas o limite máximo seria não só contrário a esse princípio como também profundamente prejudicial para os trabalhadores e para os progressos arduamente conquistados em matéria de cuidados de saúde, educação, saúde e segurança no trabalho ou remuneração justa, para citar alguns exemplos.

Além disso, a Bússola defende uma reforma das pensões com base no prolongamento da vida ativa, o que suscita reservas já que impõe encargos indevidos aos trabalhadores sem dar resposta à necessidade de regimes de pensões sustentáveis e justos.

Acresce que a Bússola beneficia claramente as empresas, com várias promessas para os grupos empresariais mas sem compromissos concretos para com uma legislação que beneficie os trabalhadores. Por exemplo, não há medidas para assegurar que o investimento público serve para criar empregos de qualidade, em vez de apenas aumentar os lucros das empresas.

Em suma, a Bússola para a Competitividade não assegura o equilíbrio entre as necessidades das empresas e os direitos e o bem-estar dos trabalhadores, o que a torna inaceitável na sua forma atual.

Considera que a aplicação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais pode estar ameaçada?

Na teoria, a Comissão renovou o seu empenho no Pilar Europeu dos Direitos Sociais no seu programa de trabalho para 2025, recentemente publicado. Na prática, porém, esse mesmo programa de trabalho é o primeiro a não incluir qualquer iniciativa legislativa social desde 2019.

A título de comparação, a Comissão propôs oito atos legislativos de «simplificação» para o próximo ano. Ninguém gosta de encargos administrativos excessivos, e os sindicatos estão ativamente a propor soluções para esse problema, designadamente regras em matéria de contratação pública.

Contudo, é manifesto que os problemas da Europa não poderão ser resolvidos através da simplificação.

A maior ameaça para a aplicação do Pilar dos Direitos dos Direitos Sociais é a vaga de despedimentos em massa anunciada em toda a Europa, que porá em risco os salários e a segurança do emprego, mas também as pensões, a proteção social e muitos dos outros princípios do Pilar.

É necessário assegurar investimentos para proteger e criar empregos de qualidade, incluindo um instrumento SURE 2.0 e um mecanismo de investimento europeu forte, assim como propor as iniciativas legislativas necessárias para garantir empregos de qualidade.

Se não for através da redução dos encargos regulamentares, como pode a UE promover o seu papel no atual contexto económico mundial?

As condições que conduziram aos despedimentos em massa foram provocadas por uma falta de investimento, tanto privado como público.

As empresas têm vindo a redirecionar os seus investimentos da remuneração dos trabalhadores e das indispensáveis atividades de investigação e desenvolvimento para ativos improdutivos, como o pagamento de dividendos e a reaquisição das próprias ações, entravando assim a promoção do progresso ecológico e tecnológico aqui na Europa.

Nos últimos anos, os EUA e a China lançaram grandes campanhas de investimento público. Enquanto isso, a UE estava a adotar novas regras que obrigaram os Estados-Membros a cortes em nome da austeridade.

A UE precisa urgentemente de mudar de rumo. Para aplicar o Pilar Europeu dos Direitos Sociais são indispensáveis investimentos públicos maciços, com garantias sociais para assegurar que esses investimentos geram empregos de qualidade.

Esther Lynch é secretária-geral da Confederação Europeia de Sindicatos (CES). Tem uma vasta experiência de trabalho sindical na Irlanda e a nível europeu e internacional e foi vice-secretária-geral e secretária confederal na CES. No exercício das suas funções, liderou os esforços no sentido de reforçar os direitos dos trabalhadores e dos sindicatos, influenciando diretivas fundamentais sobre salários mínimos adequados, condições de trabalho transparentes e previsíveis e a denúncia de irregularidades. Também dirigiu campanhas a favor do Pilar Europeu dos Direitos Sociais e de uma remuneração justa. O seu trabalho permitiu definir 15 limites máximos juridicamente vinculativos de exposição a agentes cancerígenos e levou à adoção de acordos entre parceiros sociais sobre a digitalização e as substâncias tóxicas para a reprodução. Feminista de longa data, Esther Lynch defende que se deixe de subestimar o trabalho realizado predominantemente por mulheres.

A CES representa 45 milhões de trabalhadores de 94 organizações sindicais em 42 países europeus, além de 10 confederações sindicais europeias.

Anúncio de desregulamentação é passo na direção certa

Por Kinga Grafa

As empresas na Europa continuam a enfrentar uma burocracia excessiva, a fragmentação regulamentar e o aumento dos custos. A regulamentação excessiva entrava o seu crescimento e impede-as de acompanhar o ritmo dos concorrentes em outras partes do mundo. A Europa não pode continuar neste círculo vicioso – os empresários precisam de uma verdadeira mudança em vez de mais uma análise das barreiras que conhecem há anos. Este é um momento fundamental para passar das palavras aos atos, escreve Kinga Grafa da confederação empresarial polaca Lewiatan.

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Por Kinga Grafa

As empresas na Europa continuam a enfrentar uma burocracia excessiva, a fragmentação regulamentar e o aumento dos custos. A regulamentação excessiva entrava o seu crescimento e impede-as de acompanhar o ritmo dos concorrentes em outras partes do mundo. A Europa não pode continuar neste círculo vicioso – os empresários precisam de uma verdadeira mudança em vez de mais uma análise das barreiras que conhecem há anos. Este é um momento fundamental para passar das palavras aos atos, escreve Kinga Grafa da confederação empresarial polaca Lewiatan.

A Comissão Europeia apresentou recentemente a Bússola para a Competitividade, um roteiro para os próximos cinco anos que visa reforçar a posição económica da UE e apoiar as empresas europeias. O rumo a seguir apresentado pela Comissão é o correto. Há muito que as empresas solicitam tais mudanças e considerama competitividade e o mercado único as suas principais prioridades. Mas se a UE pretende competir a nível global, tem de agir já. Se queremos ter por base uma economia forte, urge simplificar a regulamentação, reduzir os custos da energia e assegurar um apoio eficaz ao investimento e à inovação. Face à volatilidade do contexto geopolítico, é igualmente necessário ultimar acordos de comércio livre com os nossos principais parceiros, nomeadamente em matéria de acesso a matérias-primas críticas.

Atualmente, as empresas europeias continuam a enfrentar uma burocracia excessiva, a fragmentação regulamentar e o aumento dos custos. Os concorrentes de outras partes do mundo crescem a um ritmo mais rápido, ao passo que o excesso de regulamentação entrava o crescimento das empresas europeias. A Comissão Europeia deve apresentar reformas específicas que melhorem verdadeiramente o ambiente empresarial da UE. A Bússola para a Competitividade aborda os principais obstáculos ao crescimento e à produtividade na UE, como os elevados custos da energia, a regulamentação excessiva e a escassez de competências e de mão de obra. É o caminho a seguir, mas a sua aplicação prática é o mais importante. Para tal, precisamos de propostas legislativas e planos de ação que promovam a competitividade e não sejam um travão à mesma.

O mercado único é uma das maiores histórias de sucesso da integração europeia, mas o seu potencial deve ser plenamente aproveitado. É inaceitável que as barreiras ao mercado único, identificadas há 20 anos, ainda subsistam. A Presidência polaca do Conselho da UE tem a oportunidade de mudar esta situação, já que a liberdade de prestação de serviços é uma das suas prioridades fundamentais. Essa liberdade é essencial não só para o setor dos transportes, como também para o grupo crescente de empresas que oferecem serviços profissionais. Infelizmente, os relatórios elaborados por Enrico Letta e Mario Draghi não dão atenção suficiente a esta questão. O Relatório Letta centra-se apenas na construção e no comércio retalhista, ao passo que o Relatório Draghi não tem em conta as projeções da Comissão sobre medidas adicionais suscetíveis de libertar o potencial do mercado de serviços. Em contrapartida, o Relatório Niinistö salienta o papel positivo dos serviços no reforço da resiliência e da segurança. Ninguém precisa de ser convencido da importância deste aspeto no atual panorama geopolítico. É neste contexto que a Comissão vem agora propor o «28.º regime», um quadro jurídico único de regras que abrange a fiscalidade, o direito do trabalho e o direito das sociedades. A iniciativa visa simplificar as atividades transfronteiras, especialmente para as PME, mas nesta fase desconhecemos o seu teor para podermos pronunciar-nos sobre a proposta.

O anúncio de desregulamentação e simplificação da legislação é um passo notável na direção certa. No entanto, chegou o momento de pôr em prática as propostas, que não se devem cingir a reduzir as obrigações em matéria de comunicação de informações. Esperamos que a Comissão realize uma «auditoria» exaustiva da legislação da UE, que se traduza em propostas específicas para melhorar rapidamente o quadro regulamentar da UE.

Aguardamos com expectativa o Fórum do Mercado Único em Cracóvia e as conclusões da consulta pública que conta com a participação de membros da Lewiatan. O objetivo será preparar a próxima estratégia para o mercado único.

Este é um momento fundamental para passar das palavras aos atos e aplicar soluções que libertam verdadeiramente o desenvolvimento das empresas europeias. O diálogo entre as instituições da UE e os parceiros sociais será essencial para encontrar soluções à altura das necessidades efetivas das empresas. Se não tomarmos decisões audaciosas, perderemos um tempo valioso e ficaremos para trás em relação à concorrência mundial.

Kinga Grafa é diretora-geral adjunta para os Assuntos Europeus da Confederação Lewiatan e delegada permanente na BusinessEurope. Politóloga e jornalista de formação, Kinga Grafa adquiriu experiência sobre o funcionamento da UE quando exerceu funções no gabinete do Comité para a Integração Europeia (2008-2009) e no Parlamento Europeu (2009-2014). É também coautora de um livro sobre a aristocracia polaca e autora de várias publicações científicas sobre a política externa americana, a elite americana e a diplomacia cultural.

Future 500: ajudar as empresas europeias a crescer para que tenham êxito à escala mundial

«Chegou o momento de dar expressão concreta ao Relatório Draghi, antes que desapareça nos meandros da política. Precisamos de bons estrategas e decisores políticos, capazes de ir além deste relatório e de desenvolver estratégias para a política industrial da UE», afirma Stjepan Orešković, empresário e cientista croata que,  juntamente com Jörn Fleck, diretor executivo do grupo de reflexão transatlântico Atlantic Council, apresentou a ambiciosa iniciativa «Future 500» na segunda edição da conferência internacional pública conhecida como «Conclave Europeu», realizada em Bruxelas. A «Future 500» faz parte da plataforma mais vasta «SEEUS Futures» do Atlantic Council e visa identificar e apoiar 500 empresas europeias com grande potencial de crescimento e de impacto mundial. O objetivo é ajudar os novos empresários europeus a competirem à escala mundial, reforçando a presença da Europa na cena económica internacional. Stjepan Orešković deu-nos mais informações sobre o projeto.

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«Chegou o momento de dar expressão concreta ao Relatório Draghi, antes que este desapareça nos meandros da política. Precisamos de bons estrategas e decisores políticos, capazes de ir além deste relatório e de desenvolver estratégias para a política industrial da UE», afirma Stjepan Orešković, empresário e cientista croata que,  juntamente com Jörn Fleck, diretor executivo do grupo de reflexão transatlântico Atlantic Council, apresentou a ambiciosa iniciativa «Future 500» na segunda edição da conferência internacional pública conhecida como «Conclave Europeu», realizada em Bruxelas. A «Future 500» faz parte da plataforma mais vasta «SEEUS Futures» do Atlantic Council e visa identificar e apoiar 500 empresas europeias com grande potencial de crescimento e de impacto mundial. O objetivo é ajudar os novos empresários europeus a competirem à escala mundial, reforçando a presença da Europa na cena económica internacional. Stjepan Orešković deu-nos mais informações sobre o projeto.

Pode apresentar sucintamente a ideia central do projeto «Future 500»?

Partindo da visão projetada por relatórios importantes sobre o futuro da Europa – elaborados por Mario Draghi, Enrico Letta e Manuel Heitor – e de uma análise à luz do duplo prisma científico e empresarial, a iniciativa aborda questões fundamentais: quem executará esses planos de competitividade e a Bússola para a Competitividade recentemente publicada? Que mecanismos serão utilizados? Quais serão os custos? E que nível de rendimentos se pode esperar em comparação com as novas empresas norte-americanas de elevado crescimento? O projeto «Future 500» é uma pedra angular da plataforma SEEUS, que representa os EUA, a UE e a Europa do Sudeste, e visa reforçar a visibilidade e a cooperação entre estas regiões. Foi estrategicamente concebido para dar resposta à necessidade premente da Europa de fomentar um ambiente dinâmico que eleve as empresas locais a líderes na cena mundial. A iniciativa centra-se na disponibilização de capital de risco e de orientações estratégicas, bem como na criação de redes internacionais, aprendendo com peritos como Dani Rodrik, da Universidade de Harvard, e Beata Jaworcik, do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), para desenvolver políticas industriais do século XXI que reforcem significativamente a nossa posição competitiva.

Já têm potenciais candidatos para as 500 empresas que tencionam selecionar? Quais são os requisitos de base que uma empresa deve preencher para ser escolhida?

Embora ainda não tenham sido escolhidas empresas específicas, o «Future 500» visará entidades com capacidade de expansão e potencial de crescimento rápido. O processo será aberto e contínuo e dará prioridade à promessa económica, à inovação e à importância estratégica nos respetivos setores. Procuraremos também estabelecer parcerias com bancos de desenvolvimento multilateral e investidores que já estão a ajudar as empresas a tornarem-se uma força competitiva. A tónica é colocada nas empresas que já apresentam uma trajetória de crescimento robusto, capacidades inovadoras e ambição à escala mundial. Tal garante que as empresas são não apenas líderes de mercado, mas também precursores em matéria de tecnologia e modelos empresariais. Apoiar-nos-emos nas experiências de grandes projetos, como a «Scale-Up Europe», que reúnem fundadores, investidores, executivos e cientistas com a missão de fazer da Europa um viveiro de campeões tecnológicos. Para os países candidatos à adesão à UE, as empresas potencialmente selecionadas são particularmente importantes, pois encarnarão os princípios da nova economia e servirão de modelo para empresas ambiciosas e competitivas a nível internacional que não dependem maioritariamente do financiamento nacional pelos contribuintes.

Quão otimista está em relação ao potencial de competitividade da Europa a nível mundial?

Existe um otimismo considerável quanto à capacidade da Europa de reforçar a sua posição competitiva a nível mundial, deixando para trás as atitudes prevalecentes de autocomiseração. Desde a alta bolsista que começou em finais de 2022, os rendimentos totais das ações de referência na área do euro ultrapassaram os do S&P 500, se excluirmos a Nvidia. Os sistemas sociais e de saúde europeus mantêm as pessoas saudáveis e ativas durante períodos mais longos a um custo muito inferior e têm um impacto positivo na produtividade e na competitividade da nossa economia à escala mundial.

Estamos a tentar reproduzir a noção de «entusiasmo genuíno» que Immanuel Kant referiu no contexto da Revolução Francesa. Esta mentalidade pode transformar os desafios numa fonte de motivação, conduzindo a uma determinação aparentemente invencível. Precisamos de menos peixe graúdo e menos cordeirinhos – elites abastadas e complacentes e seguidores demasiado obedientes mas pouco ambiciosos –, que têm sido privilegiados nas últimas duas décadas. Em vez disso, é preciso mais «jovens com genica» – pessoas determinadas e ambiciosas, prontas para enfrentar os desafios.

A iniciativa «Future 500» visa abordar proativamente os problemas crónicos assinalados nos relatórios sobre a competitividade, como a necessidade de inovação audaciosa e a expansão das empresas. A posição da Europa a nível mundial dependerá fortemente da sua capacidade de integrar tecnologias avançadas, fomentar talentos empresariais e aperfeiçoar as políticas industriais para apoiar o crescimento inclusivo. Ao tirar partido da sua mão de obra qualificada, do seu rico património de inovação e dos setores industriais tradicionais e novos – e ao abordar questões como a fragmentação regulamentar e os desequilíbrios do mercado –, a iniciativa visa criar um ambiente fértil para líderes empresariais e inovadores.

Resumindo, a iniciativa «Future 500» é um passo importante para testar a situação económica da Europa, posicionando o continente como concorrente à escala mundial através da promoção de empresas de elevado potencial e do reforço do ecossistema empresarial. Não podemos bater a concorrência se não conhecermos os nossos adversários.

Stjepan Orešković é cientista e empresário. É membro da Academia Europeia de Ciência e Artes e fundador da Bosqar Invest, empresa familiar que viu a sua mão de obra crescer de 300 para mais de 16 000 trabalhadores no prazo de cinco anos, apresentando uma estratégia de expansão impressionante que combina ciência, tecnologia, investimentos de fundos de pensões e de outros fundos, bem como coragem empresarial – uma abordagem vital defendida no relatório de Mario Draghi. Esta ênfase estratégica influenciou provavelmente o lançamento do projeto «Future 500» do Atlantic Council.

ECCJ chumba Omnibus: políticas da UE não devem obedecer a interesses empresariais

A Comissão Europeia apresentará em breve um pacote de reformas legislativas sobre os deveres de comunicação de informações das empresas, conhecido por «pacote Omnibus»,  que visa flexibilizar e racionalizar a regulamentação em matéria de sustentabilidade, simplificando as obrigações de comunicação de informações das empresas. Desde o seu anúncio em novembro, esta iniciativa tem originado ondas de choque em toda a UE, desencadeando um debate aceso e reações negativas de vários grupos. Organizações da sociedade civil, sindicatos, empresas, investidores, advogados e académicos manifestaram preocupação quanto à possibilidade de o pacote Omnibus conduzir à desregulamentação, instando a Comissão a defender os instrumentos visados ao invés de os enfraquecer.  Andriana Loredan, da Coligação Europeia para a Justiça Empresarial (ECCJ), explica o que está em jogo e os motivos pelos quais as organizações da sociedade civil, como a ECCJ, se opõem ao pacote Omnibus. 

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A Comissão Europeia apresentará em breve um pacote de reformas legislativas sobre os deveres de comunicação de informações das empresas, conhecido por «pacote Omnibus»,  que visa flexibilizar e racionalizar a regulamentação em matéria de sustentabilidade, simplificando as obrigações de comunicação de informações das empresas. Desde o seu anúncio em novembro, esta iniciativa tem originado ondas de choque em toda a UE, desencadeando um debate aceso e reações negativas de vários grupos. Organizações da sociedade civil, sindicatos, empresas, investidores, advogados e académicos manifestaram preocupação quanto à possibilidade de o pacote Omnibus conduzir à desregulamentação, instando a Comissão a defender os instrumentos visados ao invés de os enfraquecer.  Andriana Loredan, da Coligação Europeia para a Justiça Empresarial (ECCJ), explica o que está em jogo e os motivos pelos quais as organizações da sociedade civil, como a ECCJ, se opõem ao pacote Omnibus.

Competitividade como pretexto para desregulamentar, enfraquecendo instrumentos fundamentais em matéria de sustentabilidade

O pacote Omnibus centra-se em três instrumentos fundamentais em matéria de sustentabilidade que constituem as traves-mestras do Pacto Ecológico Europeu, a saber, a Diretiva Comunicação de Informações sobre Sustentabilidade das Empresas, a Diretiva Dever de Diligência das Empresas em matéria de Sustentabilidade e o Regulamento Taxonomia. O pacote vem no seguimento da inflexão de rumo da nova Comissão, iniciada com o Relatório Draghi sobre o Futuro da Competitividade Europeia, em setembro de 2024. O Relatório Draghi atribui, em parte, a estagnação dos mercados da UE a encargos regulamentares excessivos para as empresas, ao mesmo tempo que ignora convenientemente outros fatores fundamentais, como a inflação dos preços do petróleo, do gás e dos produtos alimentares, causada pela pressão especulativa das empresas multinacionais. Segundo o relatório, o quadro da UE para a comunicação de informações sobre sustentabilidade e o dever de diligência é uma importante fonte de encargos regulamentares. Apesar da ausência de elementos factuais que estabeleçam um nexo de causalidade entre a legislação em matéria de sustentabilidade e a aparente falta de competitividade da UE, esta perspetiva restrita tornou-se um pretexto para, eventualmente, desmantelar toda a legislação relativa à sustentabilidade.

Através deste pacote Omnibus, a Comissão tenciona simplificar alguns dos instrumentos mais importantes adotados recentemente para fazer face aos impactos das grandes empresas na população e no meio ambiente. É o caso da Diretiva Comunicação de Informações sobre Sustentabilidade das Empresas, que foi adotada apenas no ano passado e ainda não foi aplicada.

Neste momento qualquer debate sobre o conteúdo do pacote Omnibus baseia-se apenas em cenários hipotéticos. No entanto, um dos riscos mais significativos associados a esta iniciativa legislativa consiste na reabertura dos dossiês legislativos relativos aos instrumentos de sustentabilidade, que pode resultar na renegociação de disposições fundamentais (como a responsabilidade civil ou os planos de transição climática ao abrigo da referida diretiva). A ECCJ opõe-se veementemente à reabertura dos dossiês legislativos relativos à sustentabilidade que já foram objeto de negociação, o que aumentaria a incerteza regulamentar, poria em causa o cumprimento dos direitos humanos e o respeito do meio ambiente pelas empresas e penalizaria os pioneiros neste domínio.

Influência desproporcionada das empresas no contexto de um processo de consulta deficiente

O anúncio do pacote Omnibus e a elaboração da proposta pela Comissão pecaram pela total falta de transparência e não tiveram em conta o direito da UE consagrado nos Tratados nem as regras processuais da própria Comissão.

A Comissão tenciona apresentar a sua iniciativa Omnibus num prazo muito curto, o que não permite uma avaliação de impacto nem uma consulta pública adequadas. Esta abordagem é incompatível com o direito de participar nos processos decisórios da UE, um princípio democrático consagrado nos Tratados. Além disso, contradiz as Orientações para Legislar Melhor da própria Comissão Europeia, que exigem que o processo de elaboração de políticas seja acompanhado de uma consulta ampla e transparente das partes interessadas.

Em vez disso, em fevereiro de 2025, a Comissão realizou uma pseudoconsulta, uma chamada «verificação da realidade», com a participação de um grupo restrito de partes interessadas, constituído maioritariamente por grandes empresas e associações empresariais. Muitas destas empresas enfrentam processos judiciais relacionados com a violação de direitos humanos ou ambientais nas suas próprias operações ou na sua cadeia de valor. Têm assim um interesse manifesto em enfraquecer a legislação em matéria de sustentabilidade, em detrimento dos trabalhadores, das comunidades locais e do clima. Além disso, a representação desproporcionada das grandes empresas contrasta fortemente com a sub-representação da sociedade civil. A representação das organizações da sociedade civil, dos sindicatos e das pequenas empresas foi meramente simbólica, ao passo que as vítimas de práticas abusivas das empresas e as empresas que defendem a regulamentação em matéria de sustentabilidade foram completamente excluídas do debate.

Pacote Omnibus: um possível obstáculo a políticas climáticas ambiciosas

A presidente Ursula von der Leyen e o comissário Valdis Dombrovskis, que supervisiona todo o esforço de «simplificação», parecem estar alinhados com os interesses das maiores e mais poderosas empresas a nível mundial. Entre os principais parceiros da Comissão na verificação da realidade contaram-se empresas cujas atividades comerciais contribuem significativamente para as alterações climáticas e que têm interesse em reduzir o nível das obrigações climáticas, como as empresas dos setores do petróleo, do gás, petroquímico, automóvel e financeiro. Face à atual crise climática e aos seus impactos adversos nas pessoas e no ambiente, o pacote Omnibus suscita receios de um possível retrocesso das políticas climáticas.

A prioridade da Comissão deve ser a aplicação das normas e não a desregulamentação

Se a Comissão estiver genuinamente preocupada não só com a competitividade e a redução da carga regulamentar mas também com os direitos humanos e a justiça climática, deve estudar formas de aplicar eficazmente os instrumentos de sustentabilidade. Poderá fazê-lo facilmente através da elaboração de orientações para apoiar as empresas e as autoridades dos Estados-Membros, tal como especificado na Diretiva Dever de Diligência das Empresas em matéria de Sustentabilidade, bem como da criação de fundos específicos e do reforço das capacidades. Esta abordagem daria resposta às críticas do Relatório Draghi à falta de orientações para facilitar a aplicação da legislação da UE em matéria de sustentabilidade.

Em última análise, a revisão à porta fechada de regulamentação fundamental sobre sustentabilidade, em segredo com algumas das maiores empresas do mundo, dificilmente logrará uma verdadeira competitividade. 

Andriana Loredan é responsável pela gestão de políticas na Coligação Europeia para a Justiça Empresarial (ECCJ) e trabalha na promoção da Diretiva Dever de Diligência das Empresas em matéria de Sustentabilidade desde a publicação da primeira versão da proposta, em 2022. Anteriormente desempenhou funções na organização Anti-Slavery International, onde se dedicou ao tema dos direitos humanos no mundo empresarial, na perspetiva do trabalho forçado. 

Estão em risco décadas de árduas conquistas ambientais, sociais e económicas

A UE tem de resistir ao canto da sereia da desregulamentação, que criará incerteza para as empresas, enfraquecerá a competitividade impulsionada pela sustentabilidade e diminuirá o bem-estar e a confiança dos cidadãos. Quem o afirma é Danny Jacobs, diretor-geral da federação ambientalista flamenga Bond Beter Leefmilieu, que partilhou connosco os receios das organizações não governamentais ambientalistas de que a mais recente proposta da UE para simplificar a regulamentação ponha de parte as principais ambições do Pacto Ecológico Europeu.

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A UE tem de resistir ao canto da sereia da desregulamentação, que criará incerteza para as empresas, enfraquecerá a competitividade impulsionada pela sustentabilidade e diminuirá o bem-estar e a confiança dos cidadãos. Quem o afirma é Danny Jacobs, diretor-geral da federação ambientalista flamenga Bond Beter Leefmilieu, que partilhou connosco os receios das organizações não governamentais ambientalistas de que a mais recente proposta da UE para simplificar a regulamentação ponha de parte as principais ambições do Pacto Ecológico Europeu.

Qual é a sua opinião quanto às recentes iniciativas da Comissão em matéria de desregulamentação, como a Bússola para a Competitividade ou o pacote abrangente de simplificação?

A Comissão Europeia apresentou um programa de desregulamentação e simplificação motivado por fatores económicos, que poderá pôr em risco as conquistas ambientais, sociais e económicas por que tanto se lutou. Nesta hesitação entre adaptação e preservação do acervo europeu, é difícil para a UE definir uma trajetória clara.

A Bússola para a Competitividade, apresentada pela Comissão no final de janeiro, reflete as preocupações das empresas com os custos da energia e os desafios económicos, mas contorna prioridades fundamentais, como a poluição zero e o bem-estar dos cidadãos, e não coloca a economia europeia na rota para um futuro limpo, próspero e circular. Com esta bússola, a Europa corre o risco de perder o norte. Promover uma descarbonização competitiva sem integrar objetivos de ordem social e ambiental compromete a própria finalidade das instituições da UE, que é promover e defender o bem comum.

O que preocupa as organizações da sociedade civil é o objetivo arriscado de 25% de simplificação contido na Bússola para a Competitividade. Embora a racionalização da regulamentação seja salutar, uma simplificação sem a realização de avaliações aprofundadas poderá colocar em risco aspetos fundamentais da proteção social, ambiental e da saúde. Não é a regulamentação que impede a inovação empresarial, mas antes a ausência de regras claras. Uma maior desregulamentação apenas criaria um clima de incerteza, penalizando os pioneiros – as empresas no pelotão da frente – e comprometendo o progresso e a sustentabilidade.

Receamos também que a promoção da simplificação se faça às custas dos objetivos ambientais e sociais. A Diretiva Comunicação de Informações sobre Sustentabilidade das Empresas, a Diretiva Dever de Diligência das Empresas em matéria de Sustentabilidade e o Regulamento Taxonomia da UE apresentam muitas falhas e não foram tão longe quanto poderiam ter ido. Tendo em conta que o nível de exigência inicial já era baixo, enfraquecer ainda mais estas normas jurídicas é o mesmo que não as ter.

Há ainda outro exemplo concreto que ilustra a situação atual.  Nos últimos anos, a Flandres tem enfrentado um enorme problema devido a substâncias químicas denominadas PFAS, que poluem uma grande parte do seu território, o que afeta centenas de milhares de pessoas. Considera-se que uma restrição ou proibição ao abrigo da legislação relativa aos produtos químicos (Regulamento REACH) é o instrumento mais eficaz para controlar os riscos provocados por substâncias como as PFAS, que são utilizadas em processos industriais e em produtos (misturas e artigos). Se a Comissão Europeia decidisse negligenciar a importância de um Regulamento REACH estrito, tal aumentaria o risco de exposição a produtos químicos perigosos, o que é prejudicial para a saúde pública. As empresas seriam menos obrigadas a procurar alternativas seguras, inibindo a inovação no setor químico sustentável. A poluição ambiental poderia aumentar, uma vez que regras menos rigorosas conduzem a descargas e resíduos mais perigosos. Os consumidores estariam mais expostos ao risco, já que o controlo de substâncias tóxicas nos produtos não seria tão exaustivo. Perante este cenário, as empresas europeias poderiam ficar para trás na transição mundial para produtos mais seguros e mais respeitadores do ambiente, perdendo quota de mercado para os concorrentes que adotam inovações orientadas para o futuro.

Tendo em conta o rumo anunciado recentemente pela Comissão para impulsionar a economia europeia, tem esperança de que o Pacto Ecológico chegue a bom porto?

O programa de trabalho da Comissão Europeia para 2025 apresenta promessas, mas também riscos. Embora os seus compromissos em prol da descarbonização e da energia a preços acessíveis pareçam apontar na direção de uma Europa mais limpa e resiliente, corre-se o risco de pôr de parte as principais ambições do Pacto Ecológico Europeu. Estão a emergir preocupações em relação à proposta de Regulamento Omnibus, que poderá servir de artifício para diminuir a responsabilidade das empresas sob o pretexto da «simplificação». As tendências recentes mostram que a simplificação é utilizada com demasiada frequência para enfraquecer salvaguardas essenciais da legislação, desde os produtos químicos até à agricultura. A reforma precipitada da política agrícola comum, em março de 2024, que eliminou as salvaguardas ecológicas, é um exemplo flagrante. Agora, a revisão há muito aguardada do Regulamento REACH, outrora visto como um instrumento para proteger a saúde pública e o ambiente, corre o risco de ser reconvertida em medida de «simplificação» para flexibilizar as regras da indústria.

Há apenas alguns meses, a presidente Ursula von der Leyen prometeu manter a trajetória em relação a todos os objetivos do Pacto Ecológico Europeu. No entanto, o atual programa de trabalho conta uma história diferente, pois já não dá prioridade aos objetivos em que a ação é precisamente mais urgente, em particular a ambição de poluição zero.

Considera que a desregulamentação, tal como proposta, pode ter um impacto negativo na sustentabilidade e nos progressos realizados até à data?

A UE tem de resistir ao canto da sereia da desregulamentação, uma vez que constituiria um entrave à segurança regulamentar e à previsibilidade para as empresas, enfraqueceria a competitividade a longo prazo impulsionada pela sustentabilidade e diminuiria o bem-estar e a confiança dos cidadãos.

Cabe à UE assegurar que a redução da burocracia não se traduz em diminuição da proteção do ambiente e da saúde pública. A aplicação inteligente da legislação deve reforçar, e não pôr em causa, o Pacto Ecológico Europeu. O afrouxamento de proteções ambientais e sociais importantes sob o pretexto da redução da burocracia não é uma estratégia de reforço económico. É antes um retrocesso imprudente, uma sabotagem das regras que foram concebidas precisamente para orientar a nossa economia para o futuro. Tudo isto amplia o risco alarmante de deitar a perder uma década de progressos em matéria de sustentabilidade.

Ao mesmo tempo, a sociedade civil está sob pressão crescente em toda a UE, perante leis restritivas relativas aos agentes estrangeiros, a repressão de protestos e cortes financeiros que ameaçam os direitos fundamentais. O Escudo Europeu da Democracia e a futura estratégia da UE para a sociedade civil devem produzir mais do que apenas compromissos simbólicos: devem proporcionar proteção jurídica, financiamento sustentável e um diálogo civil estruturado com as instituições da UE. O programa de trabalho da Comissão deve privilegiar a salvaguarda da democracia através do reforço da sociedade civil. Sem uma sociedade civil independente e dotada dos recursos adequados, é a própria democracia europeia que está em risco.

Danny Jacobs é diretor-geral da Bond Beter Leefmilieu, uma federação de 135 organizações não governamentais ambientalistas na Flandres (Bélgica), e representante belga no Gabinete Europeu do Ambiente (a maior rede europeia de organizações ambientalistas compostas por cidadãos, que representa cerca de 30 milhões de membros e apoiantes).

Editores

Ewa Haczyk-Plumley (editor-in-chief)
Laura Lui (ll)

Colaboraram nesta edição

Christian Weger (cw)
Daniela Vincenti (dv)
Dimitra Panagiotou (dm)
Erika Paulinova (ep)
Ewa Haczyk-Plumley (ehp)
Giorgia Battiato (gb)
Jasmin Kloetzing (jk)
Katerina Serifi (ks)
Laura Lui (ll)
Leonard Mallet (lm)
Marco Pezzani (mp)
Margarita Gavanas (mg)
Margarida Reis (mr)
Millie Tsoumani (mt)
Pablo Ribera Paya (prp)
Samantha Falciatori (sf)
Parminder Shah (sp)
Thomas Kersten (tk)

Coordination

Agata Berdys (ab)
Giorgia Battiato (gb)

 

 

Endereço

European Economic and Social Committee
Jacques Delors Building,
99 Rue Belliard,
B-1040 Brussels, Belgium
Tel. (+32 2) 546.94.76
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February 2025
02/2025

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