Excecionalmente, este ano foram galardoadas duas categorias de vencedores: «capacitar os jovens» e «sociedade civil europeia pela Ucrânia».
O Comité Económico e Social Europeu (CESE) distinguiu seis organizações da sociedade civil pelos seus projetos excecionais, que constituem verdadeiros exemplos do empenho da sociedade civil em criar um futuro melhor para os jovens europeus e aliviar a situação dos ucranianos que sofrem devido à invasão brutal do seu país pela Rússia.
O prémio de 60 000 euros foi repartido pelos seis projetos vencedores. A Fundación Secretariado Gitano, de Espanha, recebeu o primeiro prémio, no valor de 14 000 euros, na categoria «Capacitar os jovens». O seu projeto «Aprender Trabalhando» procura dar resposta ao desemprego entre os jovens ciganos. A associação SUS INIMA, da Roménia, recebeu o mesmo montante ao vencer o primeiro prémio na categoria dos projetos relativos à Ucrânia. Esta associação apoia a integração harmoniosa dos refugiados ucranianos na sociedade romena.
Cada uma das outras quatro associações recebeu 8 000 euros. A classificação final destes premiados foi a seguinte:
CATEGORIA 1 – JUVENTUDE
2.º prémio – Movimento Transformers (Portugal)
3.º prémio – Associazione Agevolando (Itália)
CATEGORIA 2 – UCRÂNIA
2.º prémio – Fundação Villavecchia (Espanha)
3.º prémio – Associação Polaca de Guias e Escuteiros (Polónia)
Na cerimónia de entrega dos prémios, realizada em Bruxelas, a presidente do CESE, Christa Schweng, felicitou os seis vencedores e agradeceu a todos os candidatos pelas respetivas candidaturas enriquecedoras: «A vossa solidariedade e as vossas iniciativas pela Ucrânia fizeram a diferença para centenas de milhares de pessoas. As vossas iniciativas para capacitar os jovens desfavorecidos terão um impacto nas suas vidas. Os vossos projetos e o vosso empenho na sua execução constituem um verdadeiro exemplo de cidadania ativa. Nestes tempos difíceis, a Europa precisa deste tipo de exemplos e do vosso empenho mais do que nunca!»
Na entrega dos prémios, Cillian Lohan, vice-presidente do CESE responsável pela Comunicação, afirmou: «Estamos a enfrentar desafios enormes à escala mundial: alterações climáticas, paz, segurança energética, inteligência artificial e outras tecnologias emergentes, desenvolvimento sustentável e muitos outros. Cabe-nos avaliar devidamente o impacto de todas as nossas políticas nos jovens e envolvê-los em todas as fases dos processos de decisão. Já não basta escutar e consultar os jovens. Chegou o momento de criar, conceber e produzir as políticas em conjunto com eles».
PRIMEIRO PRÉMIO
«Aprender Trabalhando», da Fundación Secretariado Gitano, de Espanha, foi o projeto com mais votos no domínio da juventude. Incide no desemprego entre os jovens ciganos dos 16 aos 30 anos de idade. Através de uma parceria público-privada, o programa combina a formação teórico-prática, com o objetivo de eliminar os estereótipos e os preconceitos contra a população cigana nas empresas que participam na iniciativa e de combater a exclusão social em geral.
Em virtude do seu projeto de integração harmoniosa dos refugiados ucranianos na sociedade romena, centrado na região de Sibiu, a associação romena SUS INIMA recebeu o primeiro prémio na categoria «Sociedade civil europeia pela Ucrânia». Esta ONG já ajudou dezenas de milhares de refugiados ucranianos. Afastando-se do seu trabalho habitual de apoio a doentes com cancro, a SUS INIMA desenvolveu uma série de iniciativas para ajudar os ucranianos, desde as atividades escolares e a procura de emprego até à terapia e ao apoio psicológico. Tal permitiu, por sua vez, que as famílias ucranianas se integrassem de forma harmoniosa na sociedade romena, uma vez que lhes conferiu um sentimento de pertença e um lugar seguro – tanto físico como mental.
MAIS INFORMAÇÕES SOBRE OS OUTROS PROJETOS VENCEDORES
CATEGORIA 1 — CAPACITAR OS JOVENS
O segundo prémio na categoria «Juventude» foi atribuído à associação portuguesa Movimento Transformers e ao seu programa de voluntariado Escolas de Superpoderes, em que os mentores dão aulas semanais aos aprendizes, principalmente crianças e jovens em risco de exclusão social. O programa ajuda os jovens a descobrir os seus talentos – em domínios como a culinária, as artes marciais, a fotografia e a escrita criativa – e a desenvolver competências que lhes permitam tornar-se agentes da mudança e retribuir com base no que aprenderam para transformar positivamente a sua comunidade.
A vencedora do terceiro prémio, a Associazione Agevolando, de Itália, defende os direitos e o bem-estar dos menores e dos jovens adultos que passaram parte ou a totalidade da sua infância em famílias ou centros de acolhimento e que, ao atingirem a maioridade, devem tornar-se independentes. A sua iniciativa Care Leavers Network Italia [Rede italiana de jovens que terminam a fase de acolhimento] é uma rede informal a nível nacional de jovens entre os 16 e os 26 anos de idade que viveram no sistema de acolhimento e visa, principalmente, encorajar as oportunidades de intercâmbio e de aprendizagem.
CATEGORIA 2 — SOCIEDADE CIVIL EUROPEIA PELA UCRÂNIA
O segundo prémio foi atribuído à Fundação Villavecchia, de Espanha. Com o seu fundo de emergência «Estás em Segurança», esta fundação espanhola proporciona cuidados a jovens doentes com cancro e aos respetivos pais. As crianças ucranianas gravemente doentes foram retiradas dos horrores da guerra por organizações internacionais e levadas para lugares seguros para continuarem os seus tratamentos. Um desses lugares seguros foi Barcelona, onde a fundação tem procurado oferecer a melhor qualidade de vida possível a esses jovens doentes ucranianos e às suas famílias, garantindo-lhes cuidados abrangentes a todos os níveis.
O terceiro lugar foi para a Associação Polaca de Guias e Escuteiros (ZHP), a maior organização de educação não formal de jovens do país, que se mobilizou para ajudar os ucranianos assim que a guerra começou. Os voluntários da ZHP têm estado nos pontos de passagem fronteiriços, orientando as pessoas para lugares seguros, prestando informações, recolhendo e transportando donativos e organizando «patrulhas fronteiriças» com experiência em primeiros socorros. A associação centrou-se em particular nas crianças ucranianas, recolhendo brinquedos, apoiando-as psicologicamente e incluindo-as nas atividades dos escuteiros.
SOBRE O PRÉMIO PARA A SOCIEDADE CIVIL
A edição do Prémio para a Sociedade Civil deste ano recebeu 106 candidaturas de 21 Estados-Membros: 60 para a categoria 1 (Juventude) e 46 para a categoria 2 (Ucrânia).
O CESE espera que este prémio incentive a sociedade civil a manter a solidariedade com o povo ucraniano e a continuar a dar voz e capacidades à geração que é o futuro da Europa.
O Prémio para a Sociedade Civil visa recompensar a «excelência em iniciativas da sociedade civil». Todos os anos, o prémio é subordinado a um aspeto diferente do trabalho do CESE. Em 2021, recompensou projetos que combateram de forma criativa a crise climática. Em 2020, o CESE lançou o Prémio para a Solidariedade Civil, de edição única, dedicado à luta contra a COVID-19. Em 2019, o tema foi a igualdade de género e a emancipação das mulheres.
Mais informações sobre o Prémio para a Sociedade Civil de 2022 estão disponíveis aqui.
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